Nova Honda CB 650R tem 95 cv e deve agradar fãs da Hornet
Infomoto
13/02/2019 12h17
A Honda renovou completamente a linha de 650 cc para 2019. A naked CB 650R e a carenada CBR 650R, mostradas no Salão de Milão 2018, ganharam mais potência no motor de quatro cilindros e agora oferecem 95 cv a 12.000 rpm – contra os 88,5 cv a 11.000 giros da geração anterior. Ambas também trazem design inédito, ciclística mais sofisticada e controle de tração como itens de série.
O caráter mais esportivo fez os modelos ganharem o sufixo "R" de "Racing" e perderem o "F" de "fun", que caracterizava a CB 650F e a CBR 650F, que as novas motos vieram substituir. Lançadas em 2014, as 650F tinham proposta de serem mais acessíveis tanto no preço como na pilotagem.
Mas, com essa nova geração, mais "racing" e mais equipadas, o valor aumentou. Ambas já chegaram às lojas europeias, com aumento de cerca de 8% no preço sugerido. Em Portugal, a nova CB 650R custa 7.990 euros (R$ 33.330), ou seja, 500 euros a mais do que a aposentada CB 650F. Já a CBR 650R sai por 8.950 euros (R$ 37.340).
Embora a Honda não confirme, ambas deverão vir ao Brasil ainda neste ano. A marca já até registrou a patente dos modelos no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) nesta semana. Mas, além disso, as atuais 650F são montadas no Brasil com muitos componentes importados. E como elas foram descontinuadas no exterior, a fábrica brasileira não terá outra opção a não ser trazer as novas CB 650R e CBR 650R para o nosso mercado. O provável é que sejam mostradas no Salão Duas Rodas, que acontece em novembro na cidade de São Paulo (SP).
Design renovado
As mudanças radicais na linha 650cc começam já no design dos modelos. A CB 650R assumiu a identidade visual "Neo Sports Cafe", que surgiu na CB 1000R, modelo já confirmado para o Brasil. Com linhas modernas, mas inspiradas nas antigas cafe racer, a CB 650R tem rabeta minimalista, tanque alongado e um farol de LED moderno. As linhas destacam as partes metálicas e deixam o motor de quatro cilindros em linha em evidência.
A CBR 650R também foi buscar inspiração na superesportiva CBR 1000RR Fireblade. A esportiva média herdou o conjunto óptico duplo de LED e a carenagem angulosa do modelo de 1.000cc. A posição de pilotagem também ficou mais esportiva. Os dois semiguidões são fixados abaixo da mesa de direção e as pedaleiras foram recuadas e estão mais elevadas.
Uma novidade, comum a ambas, é o painel completamente digital de LCD, como na CB 1000R. Além de velocímetro e conta-giros, traz indicador de marcha e shift-light, que indica a hora de trocar de marcha.
Motor mais potente
Mas a mudança mais significativa talvez esteja no motor, compartilhado pelos dois modelos. Os quatro cilindros em linha de 649 cm³ de capacidade, DOHC, 16 válvulas e refrigeração líquida foi retrabalhado para oferecer mais torque em médios regimes e 5% mais potência acima de 10.000 giros.
Entre as mudanças estão uma maior caixa de ar, novos dutos de admissão e até mesmo a adoção de velas de Irídio para o motor render mais. Com isso o desempenho melhorou: a potência de 95 cv chega a 11.000 rpm e os 6,5 kgf.m de torque máximo são atingidos a 8.500 giros.
A embreagem assistida e deslizante é uma novidade que facilita a troca de marchas, ao mesmo tempo em que evita o travamento da roda traseira em reduções rápidas no câmbio de seis marchas. O Controle de Torque Selecionável da Honda (HSTC), ou simplesmente, controle de tração foi adotado para evitar derrapagens e pode ser desligado se o motociclista desejar.
Ciclística "invocada"
Para "controlar" a potência extra do motor, a Honda também aprimorou a parte ciclística de sua linha 650 – vale lembrar que elas usam o mesmo chassi. Os modelos ficaram cerca de 6 kg mais leves com mudanças no quadro, no tanque e nas pedaleiras.
A suspensão agora conta com garfos telescópicos invertidos da Showa com tubos de 41 mm na dianteira, mas não têm ajustes. O monoamortecedor traseiro, fixado diretamente à balança de alumínio, oferece sete níveis de ajuste na pré-carga da mola.
As pinças de quatro pistões do freio dianteiro são fixadas radialmente e "mordem" discos flutuantes de 310 mm e são combinadas com uma pinça traseira de pistão único e disco de 240 mm. ABS de dois canais é de série. As rodas de alumínio fundido têm um novo design e montam pneus radiais 120/70-ZR17 (diante.) e 180/55-ZR17 (tras.).
Tetracilíndricas esportivas
As novas Honda CB 650R e CBR 650R se colocam como uma das poucas opções equipadas com motores de quatro cilindros em linha nessa faixa média de cilindrada. As outras marcas optaram por modelos bicilíndricos ou tricilíndricos. As poucas opções com a mesma arquitetura de quatro cilindros têm maior cilindrada e maior preço.
Além disso, com as mudanças ciclísticas e, principalmente, o motor mais potente, a nova CB 650R surge como uma substituta à altura da aposentada CB 600F Hornet, que deixou uma legião de fãs em todo o mundo e também no Brasil. Já a CBR 650R resgata a filosofia sport-touring, com bom equilíbrio entre conforto para viajar e esportividade para se divertir em uma pista. (Por Arthur Caldeira)
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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.
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