Avaliação: nova Honda CB 650R fica mais esportiva e moderna
Infomoto
18/11/2019 11h30
Fomos à Itália avaliar, em primeira mão, um dos principais lançamentos da Honda no Salão Duas Rodas 2019: a nova CB 650R. A naked média, que vem substituir a CB 650F, já traz no nome a dica de que ficou mais esportiva: trocou o sufixo "F" de Fun (diversão) para receber o R de Racing (competição). Ganhou suspensões invertidas, freios radiais, melhorias no motor e até controle de tração. A nova CB 650R deve chegar ao mercado no primeiro trimestre do próximo ano, mas seu preço ainda não foi definido.
A naked média foi completamente renovada. Ganhou um design inspirado na CB 1000R , que mescla o clássico e o moderno, com linhas angulosas e um farol redondo com iluminação diurna e LEDs, também presentes na lanterna traseira e piscas. O painel, totalmente digital, também é novo: traz velocímetro, conta-giros, marcador de combustível, computador de bordo e um útil indicador de marcha engatada.
Mais leve, porém com a mesma potência
Mas as mudanças não se restringiram ao corpo, a naked média também está de alma nova. O chassi perdeu peso e o motor de quatro cilindros em linha, 649 cm³ de capacidade, DOHC, e refrigeração líquida foi retrabalhado para oferecer mais torque em médios regimes e 5% mais potência acima de 10.000 giros. Uma receita infalível para melhorar o desempenho.
Entre as mudanças estão uma maior caixa de ar, novos dutos de admissão e até mesmo a adoção de velas de Irídio, o que fez com que a potência na Europa subisse para 95 cv e o torque, para 6,5 kgf.m – mas, no Brasil, em função das leis de emissão de ruídos, os números de desempenho são semelhantes aos da atual CB 650F, com 88,4 cv a 11.500 rpm e 6,13 kgf.m de torque a 8.000 giros. Uma decepção para os fãs da Hornet, que esperavam uma naked média mais potente da Honda.
Na prática, as alterações internas fizeram com que o tetracilíndrico crescesse de giros mais rapidamente e tivesse mais "força" em médios regimes. Passa a sensação de que o motor está sempre cheio e, não importando a marcha engatada, há fôlego para ultrapassagens.
Durante a avaliação, o consumo, indicado no painel digital foi de 23,8 km/litro. Semelhante ao modelo anterior, mas agora a naked de 650cc tem um tanque de menor capacidade: comporta apenas 15,4 litros contra os 17,3 litros da 650F. A autonomia deve superar os 350 km.
Outra novidade foi a adoção de um acelerador eletrônico que permitiu a instalação do controle de tração, tecnologia que evita derrapagens da roda traseira em pisos de baixa aderência. Durante o primeiro contato com o modelo, pela região de Roma, na Itália, onde fizemos a avaliação debaixo de chuva, o sistema foi bastante útil e garantiu a segurança em saídas de semáforos e nas acelerações.
A tal esportividade também está presente no conjunto ciclístico. Além do quadro ser 6 kg mais leve – o que reduziu o peso a seco para 191 kg, ou seja, 4 kg a menos do que a antiga 650F -, a nova CB 650R ganhou suspensão invertida sem ajustes, na dianteira, mas o amortecedor traseiro traz sete níveis de regulagem na pré-carga da mola. Na prática, em função do menor peso e do entre-eixos um pouco reduzido, a naked média tem uma condução mais leve em manobras e transmite mais confiança nas curvas.
Vale ainda destacar o novo conjunto de freios. Para "parar" o desempenho extra, as pinças dianteiras de quatro pistões agora são fixadas radialmente e "mordem" discos flutuantes de 310 mm, enquanto, na roda traseira, há uma pinça de pistão único e disco de 240 mm – o ABS de dois canais é de série. As rodas são de alumínio e montam pneus radiais 120/70-ZR17 (diante.) e 180/55-ZR17 (tras.).
No geral, a CB 650R resgata a esportividade da linha CB da Honda e deve fazer sucesso entre os motociclistas que procuram uma naked média com bom desempenho e visual moderno. (Por Arthur Caldeira, de Roma, Itália)
Honda CB 650R 2020
Motor Quatro cilindros em linha, 649 cm³, 16 válvulas, DOHC, arrefecimento líquido
Potência máxima 88,4 cv a 11.500 rpm
Torque máximo 6,13 kgf.m a 8.000 rpm
Diâmetro x curso 67,0 x 46,0 mm
Alimentação Injeção Eletrônica de combustível
Taxa de compressão 11,6 : 1
Sistema de partida Elétrica
Capacidade do tanque 15,4 litros
Câmbio 6 velocidades
Transmissão final Corrente
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido com 120 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecida, 128 mm de curso com ajuste na pré-carga da mola
Freio dianteiro Discos duplos flutuantes de 310 mm e pinças radiais de quatro pistões (ABS)
Freio traseiro Disco simples de 240 mm com pinça de pistão simples (ABS)
Pneu dianteiro 120/70 – ZR17 M/C
Pneu traseiro 180/55 – ZR17 M/C
Altura do assento 810 mm
Altura mínima do solo 148 mm
Quadro Dupla trave superior em aço
Dimensões (c x l x a) 2.135 x 784 x 1.076 mm
Entre-eixos 1.449 mm
Peso seco 191 kg
Preço ainda não definido
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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.
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