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Avaliação: KTM 200 Duke ganha 'sobrevida' com freio ABS na dianteira

Infomoto

14/09/2019 07h00

Naked de 200 cc sobrevive no Brasil com design antigo; preço parte de R$ 17.900

A KTM 200 Duke ganhou uma "sobrevida" no mercado brasileiro com a adoção do freio ABS na dianteira no modelo 2020. Afinal, diferentemente de sua irmã de 390 cc, que foi atualizada em 2018, a versão de 200 cc da naked urbana, manteve seu antigo design e é vendida por R$ 17.900.

Mas, vale dizer, que a 200 Duke já tem visual atual e motor novo, de 250 cc, em outros mercados. Ou seja, esse modelo, montado pela Dafra em Manaus (AM), é feito quase que exclusivamente para o Brasil. Duke 200 pesa 134 kg (a seco) e tem motor de 25 cv de potência

Apesar da defasagem no design e na motorização, a 200 Duke manteve as qualidades – e defeitos – da geração anterior. Com 134 kg e bons 25,3 cv de potência, a naked é leve e divertida de pilotar na cidade, e seu motor responde surpreendentemente bem para sua reduzida capacidade cúbica. Farol ainda usa lâmpada convencional, mas nível de acabamento impressiona

E, basta um olhar mais atento para perceber que a pequena Duke traz alguns diferenciais em relação aos outros modelos da categoria 250 e 300 cc. Freio a disco com mangueiras aeroquip em ambas as rodas, suspensão invertida (upside down) na dianteira, painel digital com computador de bordo, guidão e rodas de alumínio e refrigeração líquida no monocilíndrico de exatos 199,5 cm³. Pinças radiais e suspensão invertida são diferenciais da Dukezinha; freio ABS só na dianteira

Também chama a atenção o bom nível de acabamento das peças plásticas e itens como a balança traseira de alumínio. Feita para quem quer se destacar na multidão de motos de 250cc, a Duke chamaria ainda mais atenção se tivesse ganhado o mesmo desenho do modelo de 390 cc, com o belo farol de LED e o painel com tela colorida de TFT.

A 200 Duke 2020 só usa LEDs na lanterna e piscas, e seu painel digital é mais simples, mas oferece até computador de bordo.

Ágil Assento fica a 81 cm do chão. Pedaleiras recuadas 'forçam' posição mais esportiva

Com assento baixo (810 mm) e estreito, a 200 Duke é uma naked urbana ágil, em função do bom ângulo de esterço para serpentear entre os carros. Mas, a posição de pilotagem é bem esportiva, com os joelhos flexionados e o tronco inclinado à frente. Talvez não muito confortável para fazer longas viagens ou trabalhar com a moto, mas não chegou a incomodar nos deslocamentos diários. Destaque para o bom desempenho do motor de 199,5 cm³ e refrigeração líquida

Alimentado por injeção eletrônica e com refrigeração líquida, o motor de 199,5 cc e 25 cv de potência máxima, tem 72 mm de diâmetro e 49 mm de curso, uma configuração que favorece altas rotações. Mas, mesmo em baixos e médios giros, o câmbio de seis marchas tem relações bem escalonadas para aproveitar o torque do motor – 1,98 kgf.m a 8.000 rpm. Em avenidas com velocidade limitada em São Paulo, pode-se rodar a 50 km/h em sexta marcha sem engasgo no motor e com fôlego para ultrapassagens. aliás, outro diferencial é o câmbio de seis marchas. LEDs só na lanterna e piscas

Mas, na estrada em um pequeno passeio de fim de semana, ele mostra sua limitação: os giros crescem devagar e a 120 km/h o conta-giros está a 9.000 rpm. Falta pouco para chegar aos 10.500 rpm, quando o motor corta, a velocidade final de razoáveis 135 km/h. Bom número para uma moto de apenas 200 cc.

Mas é em uma estrada sinuosa, por exemplo, que a caçula da linha Duke se mostrou divertida. O conjunto ciclístico é bem acertado e as suspensões, firmes o suficiente para deitar nas curvas. Bom conjunto ciclístico deixa a 200 Duke firme nas curvas e 'esperta' no trânsito

Os freios que já eram bons, com mangueiras cobertas com malha de aço, ficaram mais seguros com a adoção do ABS na roda dianteira. O sistema evita o travamento ao frear em pisos molhados ou escorregadios, mas cuidado, pois a traseira ainda derrapa em "brecadas" mais fortes. Só não dá para entender porque a KTM não instalou o ABS nas duas rodas, pois há sensores de leitura do sistema também na roda traseira.

Conclusão Rodas de liga-leve (aro 17) usam pneus radiais  sem câmara

Com um motor vívido, que tem bom desempenho, mas vibra e consome mais do que as concorrentes da mesma faixa de cilindrada – nossa média foi de 26 km/litro – a KTM 200 Duke ainda é uma boa opção para quem procura uma moto urbana que seja divertida e não apenas um meio de transporte. Painel digital de LCD é defasado em relação à 390 Duke 

O conforto é sacrificado pelo banco de espuma rígida e a posição recuada das pedaleiras, mas a posição de pilotagem instiga a uma tocada mais "esportiva". Além disso, pesa contra ela o design defasado, que indica que essa versão com freio ABS na dianteira e o farol convencional não deve durar muito. Certamente, em breve, a marca deverá trazer a nova geração. Boa pedida para quem procura uma moto urbana, mas que seja divertida de pilotar

Disponível nas cores branca, laranja e preta, a 200 Duke custa mais caro do que as concorrentes japonesas, Honda CB 250 F Twister (R$ 15.140) e Yamaha Fazer 250 (R$ 15.790) ambas com freios ABS nas duas rodas. (texto Arthur Caldeira / Fotos Mario Villaescusa)

KTM Duke 200 ABS
Motor DOHC, um cilindro, quatro válvulas com refrigeração líquida
Capacidade cúbica 199,5 cm³
Potência máxima 25 cv a 10.000 rpm
Torque máximo 1,98 kgf.m a 8.000 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Treliça de aço
Suspensão dianteira Garfo invertido com tubos de 43 mm de diâmetro e 150 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor com 150 mm de curso

Freio Dianteiro Disco simples de 300 mm de diâmetro, pinça radial de quatro pistões e ABS
Freio Traseiro Disco simples de 230 mm de diâmetro, pinça radial flutuante
Pneus 110/70 ZR17 (dianteira) /150/60 ZR17 (traseira)
Comprimento total 2002 mm
Largura 873 mm
Altura total 1.274 mm
Distância ao solo 165 mm
Altura do assento 810 mm
Distância do solo 170 mm
Peso a seco 134 kg
Tanque de combustível 11 litros
Cores branca, preta e laranja
Preço R$ 17.900

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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