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Yamaha Lander 250 nas alturas: levamos a trail ao Pico das Agulhas Negras

Infomoto

18/08/2019 07h00

Uma trail versátil, como a Lander 250 ABS, é ideal para um roteiro como esse

Um destino interessante e de fácil acesso, para quem mora em São Paulo ou Rio de Janeiro, é o Parque Nacional do Itatiaia. Fundado em 1937 é o parque mais antigo do Brasil e se estende pelos municípios de Itatiaia (RJ), Bocaina de Minas e Itamonte, ambas em Minas Gerais. A região montanhosa é um verdadeiro paraíso para quem curte escaladas, trilhas, observar pássaros, enfim, atividades ao ar livre.

Algumas regiões do parque podem ser alcançadas por estradas asfaltadas, porém o mais legal para quem curte montanhismo é a sua parte alta. Para chegar lá é necessário encarar os 17 km da BR-485, a estrada mais alta do Brasil. Apesar de ser uma estrada federal ela não é asfaltada e exige muito das motos e veículos que trafegam por ela. Mas vale a pena, principalmente se você estiver com uma moto versátil como a nova geração da Yamaha Lander 250 ABS. BR-485, estrada mais alta do Brasil,  é um desafio off-road

A maioria dos veículos que sobem a montanha leva turistas ao Pico das Agulhas Negras, com altitude de 2.791 metros acima do nível do mar – praticamente a mesma de Machu Pichu, no Peru, a 2.430 m. No inverno as temperaturas despencam e chegam perto dos dez graus negativos. Dependendo das condições atmosféricas chega a nevar na região, como aconteceu em 1985 quando foi registrada a maior nevasca. Se você não conseguir curtir a neve, no mínimo, verá placas de gelo na estrada. Ao fundo, o Pico das Agulhas Negras, a 2.791 m acima do nível do mar

Distante 280 km de São Paulo e cerca de 220 km do Rio de Janeiro, o Pico das Agulhas Negras pode ser alcançado a partir do "KM 0" da BR-385 – que parte da Dutra, altura do km 34, em direção a cidade de Caxambú (MG). O local oferece muitas atrações que vão de simples caminhadas pelas trilhas – que podem durar alguns minutos ou dias. Para as trilhas mais longas, conhecidas como travessias, que podem chegar a dois dias numa caminhada até Visconde de Mauá, é importante estar acompanhado de um guia credenciado.

Subir a montanha Procure um guia experiente e use equipamentos de segurança se quiser escalar o pico

Porém quem está com pouco tempo e busca apenas um motivo para viajar com sua moto ou encarar um fora de estrada leve, os 17 km da BR-485 justificam o passeio. A estrada vai margeando a montanha e tem uma inclinação bem forte em algumas partes. Quem viajar durante o inverno tem que se proteger muito bem – principalmente as mãos e pés que sofrem bastante. Mas o visual acima das nuvens compensa o frio.

No trajeto quem desligar a moto e estiver de ouvidos atentos poderá curtir o canto dos raros Saíra da Terra ou Saí Andorinha, aves típicas da região que abriga mais de 350 espécies de pássaros. A flora também é rica com mais de 400 espécies já catalogadas. Além de pássaros e flores, muitos animais são comumente vistos, como o Macaco Prego ou o Quati, por exemplo. O guia Rafael Fernandez com um pedaço de gelo: no inverno as temperaturas chegam abaixo de zero

Ao chegar no Posto do Marcão é necessário pagar R$ 17 e em algumas épocas do ano é possível estacionar a moto no Abrigo Rebouças – distante 3 km da portaria. A partir daí é preciso caminhar para conhecer a Cachoeira das Flores ou forçar as pernas até chegar ao Maciço das Prateleiras.

Aqui vale um alerta, apesar da formação das Prateleiras estar mais baixas que o Pico das Agulhas Negras, também é uma escalada que oferece risco. Quem alerta é o guia Rafael Fernandez (@fernandezagulhas) "existe muito mais exposição no que chamamos de Zona Vermelha, onde é necessário o uso de equipamento de segurança e tem alta periculosidade, pois se acontecer algo por lá, a retirada da pessoa é extremamente difícil", ressalta o guia de 36 anos e duas décadas de experiência no parque. Nas nuvens: da parte alta do parque a vista é incrível

Independentemente do que você quer fazer em Agulhas Negras, seja um passeio nas trilhas ou a escalada da montanha, chegar lá já pode ser considerado uma pequena aventura. Antes de ir embora, passe nas lojinhas da Garganta do Registro e leve para casa filé de truta defumado e pinhões, assim você poderá matar a saudade de um lugar tão legal, pitoresco e pouco conhecido.

Como se saiu a Yamaha Lander 250 ABS Roda aro 21 na dianteira e 27 cm de vão livre do solo são atributos no off-road

Uma moto on-off como a nova Yamaha Lander ABS (com preço sugerido de R$ 16.990 sem frete) é a companheira ideal para uma viagem como essa. Ela atingiu a velocidade máxima de 140 km/h durante o trajeto, porém o ritmo de viagem mais indicada fica entre os 100 e 110 km/h. Nessa condição o motor de um cilindro 20,1 cv de potência está girando na faixa dos 7.000 rpm.

Rodar nessa velocidade também traz economia de combustível. O consumo médio (rodando abastecido com gasolina) foi de 28 km/litro. Durante o trajeto a reserva abriu após percorrer 266 km e, como o tanque tem capacidade para 13,6 litros, poderia chegar aos 380 km. Por outro lado, ao acelerar forte a reserva abriu com exatos 200 km percorridos, mostrando que o consumo aumentou para 21 km/litro. Ou seja, não vale a pena acelerar demais.

Em função da altitude e do frio, é comum se formar gelo na estrada

Além do ganho em autonomia, outro fator positivo da nova Lander, em relação à versão anterior, é o conforto. O banco permite percorrer trajetos de até 250 km sem cansaço ou incomodo – algo que não acontecia no modelo anterior que castigava "as partes baixas do piloto" após 150 km percorridos.

No fora de estrada
Estava curioso para saber como seria o comportamento da Lander ABS na estrada de terra. Confesso que me surpreendi com sua maneabilidade em meio às pedras, valetas e lama. Bastava ficar em pé nas pedaleiras para desviar ou superar os obstáculos. As rodas raiadas, aro 21 na frente e 18 atrás, calçadas com pneus Metzeler Tourance se mostraram adequados à proposta do modelo. O freio ABS, só na dianteira, transmitiu confiança enquanto o freio traseiro serviu como "leme" para direcionar a Lander nas frenagens mais agressivas, principalmente no off-road. Mesmo equipado, o frio incomodou o jornalista Cicero Lima

Claro que não usei a moto no limite, afinal estava sozinho e não queria arriscar um tombo sob o risco de danificar suas laterais, tanque ou quebrar os comandos o que acabaria com a "brincadeira". Outro fator positivo é a distância livre do solo, de 27 cm, que permite rodar pelas estradas sem medo de danificar o motor – embora as pedras soltas possam furar os dutos de passagem do óleo. Se a moto fosse minha investiria num protetor de cárter e dos dutos de óleo. (texto e fotos: Cicero Lima)

Onde se hospedar
Acampamento – É possível acampar no Parque (R$ 19 a diária) ou mesmo se hospedar no Abrigo Rebouças (R$ 32 a diária) que, como o nome diz, é apenas um abrigo para montanhistas. Não há banho quente ou roupas de cama. Para reservas e autorização para acampar é preciso entrar no site http://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/

Hotel São Gotardo – No KM 0 da BR-354 é um hotel sofisticado e agradável com um vista maravilhosa das montanhas. As diárias para duas pessoas com meia pensão (almoço e jantar) custam a partir de R$ 450 e podem chegar a R$ 750 na suíte máster. www.hotelsaogotardo.com.br

Yellow House Hostel – Fica a 11 km da Garganta do Registro e a 8 km de Itamonte (MG). É um ambiente acolhedor e agradável sempre repleto de montanhistas e adeptos de caminhadas. O hostel também vale a pena pelo custo benefício (R$ 45 com café da manhã). Fone (35) 9885-0598 ou www.facebook.com/Hostelyellowhouseitamonte

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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