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Nova Honda Gold Wing tem tecnologia de carro e corpo de moto de luxo

Infomoto

17/05/2019 07h00


A nova geração da Honda Gold Wing GL 1800 foi completamente remodelada. A começar pelo design, passando pelo quadro, suspensões, motor e transmissão tudo é inédito na grã-turismo japonesa. Mais leve, potente e recheada de tecnologia, a Gold Wing 2019 mudou para manter a fama de "rainha das estradas". Gold Wing Tour, versão top de linha, custa R$ 156.550

O luxuoso modelo chega às concessionárias da marca em duas versões: a Gold Wing, que se diferencia pela ausência do topcase, e tem menos equipamentos, vendida a R$ 136.550; e a Gold Wing Tour, mais completa e dotada de câmbio de dupla embreagem (DCT), cotada a R$ 156.550 – e avaliada em nosso teste. Apesar do preço elevado, já foram entregues 85 unidades das duas versões aos clientes que encomendaram o modelo na pré-venda.

Tecnologia de carro Grã-turismo japonesa agora tem câmbio automático DCT e suspensão herdada do Honda NSX

Para manter o reinado, a Gold Wing herdou tecnologias dos automóveis Honda, como o câmbio de dupla embreagem (DCT) com sete marchas e trocas automáticas. Além da suspensão dianteira do tipo double-wishbone inspirada no esportivos Honda NSX e o já conhecido airbag. Câmbio DCT tem sete marchas e sistema que empurra a moto para frente e para trás em manobras

Com duas embreagens, as trocas do câmbio são quase imperceptíveis. A princípio pode não fazer sentido uma moto "automática", mas lembre-se que a Gold Wing foi feita para quem quer rodar centenas de quilômetros em um dia. Nessa situação não ter que apertar a embreagem milhares de vezes pode significar mais conforto ao chegar ao hotel. Câmbio pode ser totalmente automático…

Além disso, o renovado motor de seis cilindros opostos (boxer) de 1.833 cc produz bastante torque: 17,3 kgf.m já a 4.500 rpm – como efeito de comparação um Honda Civic EXL tem motor 2.0 e 19,3 kgf.m de torque. As trocas rápidas e a relação de marchas permitem aproveitar bem toda essa força. …ou é possível trocar as marchas por meio de botões no punho esquerdo, mas não há manete de embreagem

Agora, se quiser sentir a esportividade dos 126 cv de potência máxima, pode escolher o mapa "Sport" entre os quatro modos de pilotagem disponíveis ou trocar as marchas manualmente, por meio de "borboletas" no punho esquerdo. O novo sistema de controle de tração, que pode ser desligado, cuida para a roda traseira não derrapar mesmo que você se empolgue demais.

A nova suspensão dianteira com duplo braço oscilante não atua diretamente sobre o guidão e isola o piloto de trancos. Na traseira, o monobraço traz o eixo-cardã embutido. Ambas têm regulagem eletrônica de acordo com a carga.

Prazer de moto Apesar do porte avantajado, Gold Wing Tour é fácil de pilotar e vai bem até nas curvas

Mas a Honda também aplicou sua tradição em construir motocicletas fáceis de pilotar na nova Gold Wing. Além da suspensão, quadro, rodas e pneus foram redesenhados. O objetivo foi perder peso: a grandalhona grã-turismo emagreceu 18 kg e marca 369 kg a seco na balança. Mas, na prática, nem parece tanto.

Com centro de gravidade bem baixo, e o assento a apenas 74,5 cm do solo, a Gold Wing é fácil de manobrar – mas, se precisar de ajuda, há o "Walking Mode" que movimenta a moto para a frente e para trás com o apertar de um botão. Há muitos botões, mas nova central multimídia é fácil de operar 

Em baixas velocidades, a sensação é de se estar pilotando uma moto bem menor. O centro de gravidade baixo deixa o guidão leve. A largura de 90,5 cm exige cuidado, mas foi possível até pegar o corredor nas Marginais paulistanas em direção à estrada.

Na Rodovia dos Bandeirantes, a 120 km/h, a Gold Wing mantém-se firme na trajetória. O conforto é garantido pelo amplo banco e pela proteção aerodinâmica do para-brisa, que ganhou ajuste elétrico. Tela de TFT colorida tem 7 polegadas e traz diversas informações sobre a moto

Era só curtir o som da nova central multimídia. O sistema tem Apple Car Play, que espelha a tela do iPhone na tela colorida TFT de 7 polegadas, mas só permite conexão Bluetooth para dispositivos Android. O som das quatro caixas tem boa qualidade, e a navegação do sistema é intuitiva por meio de botões no punho esquerdo. Há também uma infinidade de informações sobre consumo, distância percorrida, autonomia e até a pressão dos pneus.

A Gold Wing é equilibrada em baixas velocidades e bastante estável em um ritmo mais rápido na estrada. O motor tem potência para ir bem rápido e a ciclística transmite confiança para ultrapassar o limite de velocidade. Gold Wing Tour tem Apple Car Play para espelhar iPhone; entrada USB no top-case ajuda a carregar celular

Nas rodovias sinuosas da região de Morungaba, interior de São Paulo, a grã-turismo também não faz feio. A geometria revista do quadro e o motor posicionado mais à frente ajudam a fazer curvas com confiança e incrível desenvoltura. Apesar do porte avantajado, a Gold Wing é ágil como uma moto mais leve, mas com muito mais conforto.

Tudo para continuar a reinar Mais leve, potente e moderna, Gold Wing Tour tem tudo para manter fama de "rainha das estradas"

As duas malas laterais e o top-case têm capacidade para 110 litros. O que, logo de cara, resolve um problema de se viajar de moto. O espaço é suficiente para a bagagem de um casal sem exageros. A nova chave de presença (smart key) permite abrir os compartimentos à distância ou os trava, caso você se esqueça. Top-case e malas laterais tem capacidade para 110 litros e podem ser destravadas pela smart key

A lista de mimos é extensa. Aquecedor de manopla e bancos, piscas com auto cancelamento, cruise control, assistente de saída em ladeiras… Ao motociclista, só se preocupar em não errar o caminho e curtir a estrada.

Leve, mais potente e fácil de guiar do que nunca, a nova Honda Gold Wing mudou completamente em relação ao modelo anterior. Com novas tecnologias e o câmbio DCT, que é uma atração e uma comodidade à parte, a grã-turismo japonesa tem tudo para manter o trono de "rainha das estradas".

Honda Gold Wing Tour GL 1800
Motor Seis cilindros opostos (boxer), OHC e arrefecimento líquido
Capacidade 1833 cm³
Diâmetro x Curso 73,0 x 73,0 mm
Taxa de Compressão 10,5 : 1
Alimentação Injeção eletrônica PGM-FI
Potência máxima 126 cv a 5.500 rpm
Torque máximo 17,3 kgf.m a 4.500 rpm
Câmbio Sete velocidades com dupla embreagem (DCT)
Transmissão Final Eixo-cardã
Partida Elétrica
Quadro Diamond Twin Tube
Freio Dianteiro Disco duplo de 320 mm com pinças radiais Nissin com seis pistões e ABS combinado
Freio Traseiro Disco de 319 mm com pinça Nissin de três pistões e ABS combinado
Suspensão Dianteira Double-wishbone com amortecedor Showa e 110 mm de curso
Suspensão Traseira Monobraço Pro-link com 105 mm de curso
Pneu Dianteiro 130/70 – 18
Pneu Traseiro 200/55 – 16
Comprimento 2.575 mm
Largura 905 mm
Altura 1.430 mm
Distância entre eixos 1.695 mm
Altura do Assento 745 mm
Capacidade do tanque 21 litros
Peso seco 369 kg
Cor Vermelho e preto metálico
Preço R$ 156.550

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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