Honda Elite 125 vs. transporte público: qual leva a melhor?
Infomoto
28/04/2019 08h00
O Honda Elite 125 chegou às lojas no final do ano passado para atrair um público que procura uma moto para uso urbano, fácil de pilotar e econômica. Com preço sugerido de R$ 8.250, o scooter de entrada da marca japonesa tem câmbio automático e promete rodar mais de 40 km/litro de gasolina.
Resolvemos, então, avaliar na prática se o Elite 125 é uma boa opção para quem quer trocar o transporte público, muitas vezes caro e demorado, por um meio de locomoção mais ágil e econômico para o dia-a-dia.
Durante uma semana, usei o transporte público – ônibus e metrô – para ir da minha casa ao escritório. Na semana seguinte, troquei minha moto pelo pequeno scooter de 125cc para fazer o mesmo trajeto diário. Confira se o Honda Elite 125 é uma boa opção para quem quer fugir do ônibus lotado.
A rotina do transporte público
Para ir da minha casa no Bairro da Saúde, Zona Sul de São Paulo (SP), à redação da INFOMOTO, na região da Avenida Paulista, tenho que tomar um ônibus até a estação de metrô mais próxima, na Praça da Árvore, e depois pegar o transporte sobre trilhos.
A viagem demora em torno de 40, 45 minutos de ida. E o mesmo tempo na volta. Ou seja, gasto em torno de 1h30 para ir e voltar do trabalho todo dia. Pagando normalmente as duas passagens, que custam R$ 4,30 cada, gastaria R$ 17,20 diariamente.
Mas a Prefeitura de São Paulo disponibiliza o Bilhete Único que permite fazer a integração ônibus e metrô com desconto. Dessa forma, meu gasto caiu para R$ 14,96/dia. Por semana, teria que desembolsar R$ 74,80 de condução.
Se eu optasse por caminhar até o metrô, poderia economizar a grana do ônibus e gastar R$ 8,60 por dia – o que reduziria minha despesa semanal para R$ 43,00, e não teria muito impacto no tempo de deslocamento. Afinal, sempre tinha que esperar o ônibus entre cinco e dez minutos, quase o mesmo tempo para fazer o trajeto a pé.
Considerando 20 dias úteis por mês e somando os gastos com passagens usando o benefício da integração, teria desembolsado R$ 299,20 em um mês para ir e voltar do trabalho. Se fosse apenas de metrô, o gasto cairia para R$ 172,00.
De scooter: menos tempo e dinheiro
Já com o scooter Honda Elite 125, a primeira economia é de tempo. Levo cerva de 25 minutos para percorrer os 8 km entre casa e trabalho. O que corresponde a 50 minutos diários gastos no deslocamento de 16 km ida e volta. Comparando com o transporte público, ganho entre 30 e 40 minutos todos os dias.
Mas é na economia de dinheiro que o scooter se sobressai. Nesta semana de Elite 125, o consumo de combustível do scooter foi de 39,4 km/litro de gasolina. Como rodo 16 km ida e volta, rodei 80 km na semana, só para ir trabalhar.
À época do comparativo, paguei R$ 3,79 o litro da gasolina (que agora está mais cara, em torno de R$ 4,09). Em um conta rápida, dividindo o consumo (39,4 km/l) pela distância percorrida diariamente, meu gasto com combustível é de R$ 1,53 / dia. Ou seja, o que gasto de gasolina em uma semana – R$ 7,65 – é menor do que minha despesa com passagem de ônibus e metrô só para ir ao trabalho em um dia.
Colocando na ponta do lápis, gastaria mensalmente R$ 30,60 apenas com gasolina para ir trabalhar. Bem menos do que de transporte público. A diferença de R$ 268,60 é suficiente para pagar a parcela do financiamento do Elite 125.
Ou, se você comprar o scooter à vista, dá para reaver o investimento em cerca de três anos – considerando a economia de R$ 3.223,20 por ano. Em São Paulo (SP), o preço praticado nas concessionárias Honda já com frete é de R$ 8.990.
Claro que nessa conta teriam de entrar as despesas para obter a Carteira Nacional de Habilitação categoria "A" que, no caso do Estado de São Paulo, gira em torno de R$ 1.500. Além dos gastos anuais com IPVA, seguro obrigatório e licenciamento, é preciso prover uma quantia para as revisões e as despesas com manutenção, como pneus, pastilhas de freio, transmissão, etc…
Mas, vale lembrar, que o investimento na CNH é feito apenas uma vez e, ao vender o scooter no futuro, dá para reaver parte do dinheiro investido no bem.
Como se sai o Elite 125 em São Paulo
O Elite 125 tem motor monocilíndrico de 124,9 cm³, arrefecido a ar e com desempenho modesto. Seus 9,4 cv de potência máxima a 7.500 rpm e o torque de 1.05 kgf.m a 6.000 giros, porém, são suficientes para arrancar na frente dos carros nos semáforos e chegar a 100 km/h de velocidade máxima. O câmbio automático (CVT) faz o Elite ir rapidamente do zero aos 60 km/h.
Como o limite dentro da capital paulista gira entre 50 e 70 km/h, o Elite se sente em casa. Já em vias de trânsito rápido, como as Marginais, o scooter da Honda está perto do seu limite, a 90 km/h. Nessas situações, é preciso atenção com imperfeições no asfalto. O Elite tem rodas pequenas: 12 polegadas, na dianteira, e 10, na traseira. Por isso é necessário ter cuidado com buracos para não amassar as rodas ou sofrer uma queda. Mas, por outro lado, as rodas pequenas conferem agilidade para desviar dos obstáculos.
Nas ruas de bairro, com trânsito mais lento, porém com asfalto ainda mais esburacado e desnivelado, a dica é reduzir a velocidade e desviar dos buracos para rodar com mais conforto e segurança.
Por falar em segurança, o Elite 125 tem freio a disco na dianteira e tambor na traseira, com sistema combinado (CBS), que divide a força de frenagem nas duas rodas. O sistema mostrou-se adequado para parar os 104 kg (peso a seco) do scooter Honda. Destaque para o freio de estacionamento, que permite parar Elite com mais segurança em aclives. Para acioná-lo, basta puxar uma trava que fica junto ao manete de freio traseiro, com era feito no antigo Lead 110.
No quesito praticidade, os 20 litros embaixo do banco são suficientes para guardar um capacete fechado e as luvas, mas é pequeno para mochilas maiores. Se fosse usar o Elite diariamente, investiria em um baú, que pode ser fixado no bagageiro de série, para ampliar o espaço de carga.
Conclusão
Apesar das rodas pequenas e de sua limitação, já que é feito para o uso urbano e não para viajar, o Elite 125 é sim uma alternativa mais barata e rápida para s locomover do que o transporte público. Não é por acaso que muitos países europeus, como Itália e França, veem os scooters como uma opção de mobilidade inteligente, principalmente nos grandes centros urbanos.
Além de economizar tempo e dinheiro, como demonstrado acima, ter um scooter garante mais conforto frente aos ônibus lotados. Isso sem levar em consideração que ter seu próprio veículo garante mais liberdade de ir e vir. O scooter permite a você sair de casa mais tarde, chegar mais cedo e também pode ser usado para o lazer aos finais de semana. (texto: Arthur Caldeira / fotos: Renato Durães, Rovena Rosa/Agência Brasil e Divulgação)
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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.
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