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Conheça a história da Honda CG 125, que sai de linha após quatro décadas

Infomoto

09/02/2019 08h00

Honda tira a CG 125i Fan de linha

A Honda parou de fabricar a CG 125 ao final de 2018. O modelo sai de linha após exatos 42 anos em produção e mais de 7 milhões de unidades vendidas. O modelo, que abriu as portas do Brasil para a Honda, começou a ser fabricado em Manaus (AM) em 1976 e se tornou um ícone na história da motocicleta em nosso País. Muita gente aprendeu a "andar de moto" numa CG 125, seja na moto escola ou na 125cc de um amigo. A CG 125 foi a primeira moto fabricada pela Honda no Brasil em 1976

O fim da CG 125 foi motivado pela legislação que, a partir deste ano, exige freios mais eficientes em todas as motocicletas – para motos de até 300 cc pode-se utilizar freios combinados e, acima dessa capacidade, o ABS é obrigatório. Em comunicado, a Honda afirma que "com a entrada em vigor em janeiro de 2019 da legislação que traz a obrigatoriedade de freios CBS, a Honda irá direcionar suas vendas ao modelo CG 160 Start e na linha profissional com a CG 160 Cargo, que trazem um motor mais moderno, eficiente em termos de emissões e mais potente. Além disso, a CG 160 Start e CG 160 Cargo, já possuem freios CBS. A CG 125 representava menos de 10% do volume total da linha CG, com a maioria dos clientes já preferindo pela versão de maior cilindrada".

Ou seja, por questões comerciais a marca desistiu de instalar os freios combinados na CG Fan 125i, que era vendida por R$ 7.161. A adoção da tecnologia faria com que seu preço ficasse muito próximo ao da CG 160 Start, que já tem CBS, e é vendida por R$ 8.390, de acordo com engenheiros da marca japonesa. A CG 125 Cargo, versão profissional do modelo, também foi descontinuada.

A trajetória da Honda CG 125 desde 1976 foi repleta de alterações e lançamentos de novos modelos. Tais novidades sempre recebiam o motor de 125 cc com seu comando de válvulas "por vareta" com sua fama de indestrutível. A lista de modelos e variações é enorme como a ML 125, a CG 125 Álcool, CG Today, CG Cargo, CG 125 Exportação, entre outros. Como não tinha freios combinados a CG 125i Fan não pode mais ser fabricada

Curiosamente, esta não é a primeira vez que a CG 125 sai de linha. Em 2004, com a chegada da CG 150 Titan, o tradicional motor da CG 125 (com acionamento do comando de válvulas por vareta) teria pela frente um grande oponente: a legislação ambiental que restringia a emissão de poluentes.

Com isso, a CG 125 deixou de ser fabricada e, num curto período, ficou fora das concessionárias. Depois o modelo voltou com o motor usando corrente no lugar das varetas para acionar o comando de válvulas. Surgia assim, em 2006, a CG 125 Fan como motor OHC.

A CG 125 resistiu até o final de 2018, ano em que foram produzidas somente 24.000 unidades. Mas, diferentemente de 2004, quando foi apenas substituída, parece que dessa vez a moto mais famosa do Brasil, finalmente "pendurou as chuteiras" e saiu do jogo. Conheça a história de algumas versões famosas da CG 125.

  • A primeira – 1976

Primeira moto Honda fabricada no Brasil, a CG 125 1976 tinha apenas 11 cv de potência e partida somente no pedal. Outra curiosidade é que o câmbio tinha quatro marchas e todas eram engatadas para baixo. Alimentado por carburador e com o robusto acionamento do comando por varetas (OHV), o motor era capaz de levar a pioneira CG 125 a cerca de 90 km/h. A "CG bolinha", apelido dado em referência ao formato do tanque, era leve: tinha apenas 94 kg. O modelo foi fabricado até 1978, quando ganhou entre outras novidades o garfo telescópico na dianteira.

 

  • ML 125, uma CG "luxuosa" – 1977 Lançada em 1977, a ML 125 foi a primeira da família a trazer freio a disco na roda dianteira, mas seu acionamento era mecânico. Ela também tinha acabamento e grafismos diferenciados. Uma versão "maxi luxo". A propaganda acima é de um modelo 1983.

 

  • Primeira moto a álcool do mundo – 1981 Em 1981, em função da crise do petróleo, a Honda lançou uma CG 125 a álcool. A primeira moto do mundo a utilizar o etanol, naquela época chamado de álcool mesmo, como combustível. Da mesma forma que os automóveis, a CG a álcool tinha um sistema de alimentação de gasolina na partida a frio, com reservatório sob o banco. Na época, a novidade da Honda também ganhou câmbio de cinco marchas, novidade que só chegaria ao modelo a gasolina dois anos depois. Potência e torque se mantiveram praticamente iguais ao modelo à gasolina.

 

  • Câmbio de cinco marchas – 1983 Em 1983, o câmbio de cinco marchas finalmente chegou a CG 125 a gasolina, um marco na história do modelo. O design também mudou: linhas mais retas marcavam o tanque e as carenagens laterais. modelo também ganhou uma nova lanterna e piscas, além de um para-lama traseiro na cor da moto. A balança traseira foi alongada, o guidão ficou mais alto e o tanque passou a ter 12 litros.

 

  • CG 125 Today – 1989  O modelo, que recebeu mais de 70 alterações no chassi e no motor, ganhou o sobrenome de "Today" (hoje, em inglês) para destacar que se tratava de uma moto atual. Afinal, uma das grandes novidades era o CDI, um capacitor que melhorava a precisão das faíscas na vela de ignição do motor. O design mudou também; as carenagens laterais e a traseira eram integradas ao tanque de combustível.

 

  • CG 125 Titan – 1994 Em 1994, era lançada uma das séries de maior sucesso da CG 125, a Titan – nome que até hoje é utilizado pela marca. Com tanque de combustível de formas mais arredondadas, a CG Titan tinha capacidade para 13 litros. A rabeta era nova, assim como as tampas laterais. A garupa ganhou a comodidade e a segurança de duas alças de apoio.

 

  • 5 milhões de CG 125 – 2003 Após algumas atualizações estéticas, como o farol arredondado e o tanque com vincos, a CG 125 Titan alcançou a marca de 5 milhões de unidades produzidas em 2003. Para celebrar, a Honda produziu uma unidade com pintura exclusiva feita em cromo dourado. O freio a disco na dianteira e a partida elétrica já equipavam as versões mais caras, como a ES.

 

  • CG 125 Fan – 2005 Após um curto período fora de linha, após o lançamento da CG 150, a versão de 125cc voltava a ser produzida com o nome de "Fan", afinal a cilindrada tinha uma legião de admiradores. Embora tivesse a mesma capacidade cúbica, a 125 Fan tinha motor com comando de válvulas por corrente e era uma das versões mais acessíveis da linha CG.

 

  • CG 125 injetada – 2016 Em 2016, a Honda apresentou a CG 125i Fan que trouxe várias mudanças. Agora chamada de "CG 125i Fan", a moto ganhou injeção eletrônica, catalisador e painel digital. Apesar das novidades, continuou sendo o modelo de entrada da linha, destinado aos consumidores que buscam uma moto robusta e econômica, que fazia até 50 km/litro de gasolina. A versão, que aposentou de vez o carburador, foi a última geração da famosa CG 125. (Por Arthur Caldeira e Cicero Lima / fotos Divulgação e INFOMOTO)

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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