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KTM Duke 390 fica conectada, mais bonita e... mais cara: R$ 23.990; assista

Infomoto

12/08/2018 08h00

De longe já se nota que a KTM 390 Duke 2018 é bem diferente da geração anterior. O novo e elegante design, inspirado na 1290 Super Duke da marca austríaca, faz ela parecer uma moto de maior capacidade. Com itens top de linha na ficha técnica e um novo painel digital que se conecta ao smartphone, a compacta 390 Duke tem atributos que justificam o adjetivo "premium" e o preço de R$ 23.990. Design, motor mais linear e painel conectado são destaques do modelo 2018 

Mas além do design atraente, a nova 390 Duke recebeu diversas melhorias que vão de suspensões progressivas, assento mais confortável e uma ergonomia revista, passando pelo tanque maior e o acelerador eletrônico. Novidades que mostram como a KTM refinou sua naked compacta, deixando-a mais amigável no dia-a-dia e divertida para um passeio no final de semana.

Atraente e confortável Com novo visual, naked austríaca parece até uma moto maior

A mudança mais perceptível foi no design. A 390 Duke ganhou um farol pontiagudo em LED, um novo quadro na cor laranja e subchassi branco, ambos em treliça; LEDs também estão presentes na lanterna traseira e nos piscas. As carenagens estão maiores e acomodam um tanque com capacidade para 13,4 litros – 2,4 litros a mais do que no antigo modelo. Farol pontiagudo usa LEDs e tem iluminação diurna

Ao subir na moto, a posição de pilotagem – e não apenas o visual – remete à 1290 Super Duke. O assento ficou mais largo na parte de trás e estreito na frente, o que melhorou o encaixe das pernas no tanque. As pedaleiras foram elevadas e o guidão ficou mais alto e recuado. Com isso, o piloto assume uma posição agressiva, o que aumenta a sensação de controle e a diversão ao guidão. Destaque para os manetes – embreagem e freio – que contam com ajuste de altura. Painel tem tela colorida de 5" e se conecta ao smartphone

Mas o novo painel digital que chama mais atenção. Com tela colorida de TFT de 5 polegadas, tem contraste variável, ou seja, muda do fundo branco para o preto quando está em um ambiente com pouca luz, e traz diversas informações, além de ser possível espelhar o smartphone.

Para isso, é preciso baixar gratuitamente o aplicativo "KTM My Ride" no smartphone (Android ou iOS) e pronto: em poucos segundos pode-se fazer a conexão Bluetooth com o aparelho. Mas, atenção, as funções são mais limitadas do que nas motos maiores, que usam uma versão paga do app. Não há o sistema de navegação, mas ainda assim é possível saber o nível de bateria do celular, controlar as músicas ou receber ou recusar chamadas direto no painel. Joystick no punho esquerdo permite navegar pelo moderno painel

Para navegar no painel existe uma espécie de joystick no punho esquerdo, que é fácil de usar e ainda é retro iluminado, isto é, tem uma luz interna que facilita a visualização mesmo à noite. Entretanto, para ouvir sua playlist preferida será preciso ter um intercomunicador Bluetooth com fones no capacete. Mesmo assim, é uma função exclusiva da 390 Duke na categoria de compactas premium.

Aceleração eletrônica e linear Posição de pilotagem e banco estão mais confortáveis

Na hora de dar partida, outra surpresa: a 390 Duke tem sistema "easy-start": não é preciso segurar o botão, basta apertá-lo uma vez que o monocilíndrico desperta. Com refrigeração líquida, duplo comando no cabeçote (DOHC) e 373,2 cm³, o motor manteve os bons 44 cv de potência máxima a 9.000 rpm, mas o torque de 3,77 kgf.m agora chega a 7.000 giros, 250 rpm antes do que no modelo anterior.

Na ficha técnica, o desempenho não mudou muito. Mas, na prática, o monocilíndrico parece que entrega potência de forma mais progressiva e oferece mais torque em baixos e médios regimes – corrigindo um "defeito" da antiga 390. Tudo graças ao novo acelerador eletrônico (ride-by-wire) e a uma central eletrônica reprogramada. Motor manteve os 44 cv, mas ganhou acelerador eletrônico e novo mapa de injeção

Com isso, ficou bem mais confortável rodar com a nova 390 Duke. Não é preciso manter os giros lá em cima, quando o motor de um cilindro vibra mais. Dá para rodar na cidade em quarta marcha a apenas 3.000 giros na boa, ou acelerar até a faixa vermelha de 10.000 rpm em segundos. O câmbio de seis velocidades tem embreagem deslizante, que deixa o manete macio de operar, embora o encaixe das marchas não seja assim tão preciso.

Em nossa avaliação, respeitando os limites das vias, o consumo variou entre 25,4 km/l a 26,7 km/l – uma marca muito boa pelo desempenho que oferece. Com o tanque de maior capacidade (13,4 litros), resultaria em uma autonomia superior a 300 km.

Foguete nas curvas Acerto das suspensões mescla bem conforto e esportividade

Não é exagero afirmar que a nova 390 Duke é melhor em todos os aspectos. Se na cidade está mais confortável rodar com a naked; na estrada ficou ainda mais divertido. A nova geometria do quadro reduziu o entre-eixos em 10 mm e o trail em 5 mm: o resultado é uma moto mais ágil nas curvas, mas sem perder a estabilidade nas retas. Mesmo chegando perto da velocidade máxima, que fica em torno de 160 km/h. Disco de freio dianteiro ficou maior (320 mm de diâmetro) e tem pinça radial

As suspensões também mudaram. Ambas da WP, marca que pertence à KTM, elas proporcionam um amortecimento melhor nas esburacadas vias urbanas. A sensação de "moto dura" que a antiga 390 Duke tinha acabou – vale dizer que o banco mais amplo e macio também ajudou.

O garfo invertido na dianteira tem tubos de 43 mm de diâmetro, como nas motos maiores, mas sem ajustes; na traseira o monoamortecedor fixado diretamente à balança de alumínio oferece ajuste na pré-carga e ganhou mola progressiva. O conjunto da grife WP mescla bem conforto com esportividade. Assento está a 830 mm do solo e ficou mais amplo e confortável

Em uma estrada sinuosa, mostra sua eficiência: a 390 Duke inclina nas curvas como uma naked esportiva. Os novos pneus Pirelli Diablo Rosso II radiais (nas medidas 110/70-17, dianteira; e 150/60-17, na traseira) contribuem para a sensação de segurança.

Os freios também foram aprimorados. O disco dianteiro passou de 300 para 320 mm e é mordido por pinça radial ByBre (subsidiária indiana da Brembo) de quatro pistões, que oferece uma frenagem muito eficiente para parar os 149 kg a seco (10 kg a mais que a antiga). Na traseira, um disco simples com pinça flutuante. ABS tem modo "Supermoto", que desativa o sistema na roda traseira e permite derrapadas

O toque "premium" fica por conta do sistema ABS Bosch 9.1 MP de dois canais. Muito preciso e equivalente ao utilizado em modelos mais luxuosos, o sistema pode ser desligado e ainda oferece o modo "supermoto", que deixa a traseira derrapar, mas evita deslizes na dianteira. O que já dá uma ideia de como pode ser divertido pilotar a nova 390 Duke em uma serrinha.

Vale a pena pagar isso em uma 390cc? 390 Duke é leve e ágil como motos menores, mas tem itens de modelos maiores

A nova KTM 390 Duke reúne todas as qualidades de motos menores, como baixo peso, agilidade e facilidade de pilotagem, com design atraente e equipamentos disponíveis apenas em modelos de maior capacidade. A compacta naked austríaca mostra que "cilindrada" não é tudo, embora muitos motociclistas brasileiros ainda olhem apenas a capacidade do motor.

Sabe aquele tipo de moto que dá vontade de sair para dar uma volta só porque ela é tão divertida que seria um desperdício ficar parada na garagem? E, ao mesmo, tempo também cumpre a tarefa de ser um meio de transporte para os deslocamentos diários. Pois, assim é a nova KTM 390 Duke. Piscas e lanterna traseira também usam LEDs

Fiz uma viagem ida e volta até Santos (SP), no litoral. A potência do motor foi suficiente para acompanhar o ritmo mais rápido das retas na Rodovia dos Imigrantes, onde o limite é de 120 km/h. Na subida, a ciclística bem acertada permitiu deitar nas curvas da Via Anchieta sem medo.

Com o refinamento feito pela KTM o modelo deu um passo a frente das concorrentes, mas também ficou mais caro: R$ 23.990. A BMW G 310R tem preço sugerido de R$ 21.990 e a Yamaha MT-03 ABS sai por R$ 21.690. A diferença pode ser justificada pelo novo design, o farol e lanterna de LED, além do pomposo painel digital. (texto: Arthur Caldeira / fotos: Renato Durães)

KTM 390 Duke 2018 Ficha técnica
Motor Um cilindro, DOHC, quatro válvulas com refrigeração líquida
Capacidade cúbica 373,2 cm³
Potência máxima 44 cv a 9.000 rpm
Torque máximo 3,77 kgf.m a 7.000 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica Bosch
Partida Elétrica
Quadro Treliça de aço
Suspensão dianteira Garfo invertido WP com tubos de 43 mm de diâmetro e 142 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor WP com 150 mm de curso fixado diretamente à balança
Freio dianteiro Disco simples de 320 mm de diâmetro, pinça radial ByBre com quatro pistões com ABS de três níveis
Freio traseiro Disco simples de 230 mm de diâmetro, pinça flutuante ByBre de um pistão com ABS de três níveis
Pneus 110/70 ZR17 (dianteira) /150/60 ZR17 (traseira)
Dimensões (CxLxA) Não informado
Altura do assento 830 mm
Distância entre-eixos 1.357 mm
Distância do solo 185 mm
Peso a seco 149 kg
Tanque de combustível 13,4 litros
Cores Branca e Preta
Preço sugerido R$ 23.990

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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