Kawasaki ER-6n usada é boa opção para primeira moto "grande"; veja dicas
Infomoto
24/02/2018 08h00
Os atrativos da Kawasaki ER-6n são o bom desempenho e a ciclística equilibrada. Seu propulsor de dois cilindros paralelos é capaz de levá-la a mais de 200 km/h e permite retomadas de velocidade empolgantes. Com 206 kg, a ER-6n é uma moto bem fácil de pilotar em baixa velocidade e em manobras, permitindo o uso diário. Tais características atraem quem procura sua primeira moto grande e optou por uma usada.
A Kawasaki ER-6n tem motor de dois cilindros paralelos com 649 cm³ de capacidade cúbica, refrigeração líquida e duplo comando de válvulas no cabeçote. Sua potência é de 72,1 cavalos a 8.500 rpm e 6,5 kgf.m de torque a 7.000 giros. O modelo pode ser facilmente encontrado no mercado de usadas, mas é preciso ficar atento a alguns detalhes antes de assinar o cheque ou assumir o financiamento. Veja como escolher um exemplar em boas condições.
Gerações
Com suas linhas extravagantes a ER-6n chegou ao Brasil em 2009 (como modelo 2010) chamando atenção graças ao farol vertical, quadro em treliça e o amortecedor traseiro exposto. Em 2013, ganhou mudanças no quadro, suspensões, guidão, painel e posicionamento do tanque de combustível. Assim ela ficou até deixar de ser produzida em 2017, quando acabou sendo substituída pela Z 650.
Foram fabricadas duas versões: standard e ABS. Os preços variam entre R$ 16.000 (ano 2010) e R$ 28.000 por um modelo 2017 com freios ABS. Embora muita gente goste dela pelo desempenho, a ER-6n oferece boa autonomia. Seu tanque de combustível tem capacidade para 16 litros e o consumo de gasolina fica na média de 20 km/l, dependendo do ritmo de pilotagem.
Veja bem
É uma moto vistosa e, quando bem limpa e polida, pode esconder sérios problemas, informa o consultor de vendas João Carlos de Lara, da concessionária Kawasaki Brava Motors, de Itajaí (SC). "Quando entra alguma para troca aqui na concessionária fazemos uma perícia completa. Algumas vezes somos surpreendidos com problemas como soldas no quadro, adesivos que escondem ralados e outros truques", informa o profissional.
Segundo o mecânico Rômulo Menezes, de São Paulo, o modelo exige cuidado com a ciclística: "É preciso conferir o alinhamento da moto, basta deixá-la reta e olhar se as rodas estão na mesma direção". Ele também afirma que o histórico de manutenção é fundamental. "Se o antigo dono fazia a troca de fluídos e peças e a usava de forma racional as chances de problemas são pequenas", elogia Menezes.
Aparências que enganam
Segundo o mecânico Rômulo, não são raros os casos de válvulas danificadas por falta de óleo no motor, uso de combustível de má qualidade ou o hábito de cortar o giro da moto. "Se a pessoa não tem conhecimento técnico pode comprar uma moto com sérios defeitos. O ideal é consultar um mecânico antes de fechar o negócio", alerta Rômulo, que mantém o canal "Mecânico Legal", no YouTube.
Se o comprador for usar a moto diariamente ou em viagens constantes o valor de manutenção de uma ER-6n deve ser levado em conta. Um levantamento nas concessionárias mostrou que as peças de reposição têm preços elevados. Só a corrente, por exemplo, custa R$ 1.185; e o manete de freio R$ 286 – veja box com preços das peças.
Podemos concluir que a Kawasaki ER-6n é uma ótima opção de usada por conta de suas qualidades e baixo preço de mercado. Porém exige muito cuidado na hora da compra e piloto deve ter em mente que se trata de um modelo com elevado custo de manutenção.
Preços das peças de reposição
Veja os valores cobrados nas concessionárias por alguns componentes originais que têm substituição frequente por desgaste ou em caso de queda da moto.
– Manete de freio – R$ 286,31
– Manete de embreagem – R$ 100,00
– Filtro de ar – R$ 186,00
– Filtro de óleo – R$ 86,00
– Pastilha freio dianteira – R$ 300,05 (cada lado)
– Pastilha de freio traseira – R$ 272,07
– Disco de freio dianteiro – R$ 1.384,55 (cada)
– Disco de freio traseiro – R$ 1.037,95
– Relação completa – R$ 1.649,40
– Cabo do acelerador (completo) – R$ 110,71
Infomoto
Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.
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