Nova Ninja 650 perde peso e potência, mas continua econômica e divertida
Infomoto
30/07/2017 10h00
Simples, versátil, econômica e com uma pitada de esportividade. Características reforçadas na renovada Kawasaki Ninja 650. O modelo 2018 também mudou visualmente: ficou bonita e moderna. Apesar de sua aparência e sobrenome esportivos, a Ninja 650 pode ser uma boa parceira para o dia a dia, passeio de final de semana ou até mesmo uma longa viagem. A nova Ninja 650 tem preço sugerido a partir de R$ 33.990, na cor preta, e R$ 34.990 para a Special Edition, vendida apenas na cor verde. Ambas contam com ABS de série, que é o único recurso eletrônico do modelo.
Com linhas mais atraentes e angulosas, a carenagem da Ninja 650 está mais afilada, sua rabeta, mais encorpada e o marcante conjunto óptico duplo foi redesenhado. Assim como a lanterna traseira, que ganhou LEDs que formam a letra "X".
Mas a grande mudança no modelo 2018 foi na parte ciclística. O novo quadro perdeu 15 quilos em relação à versão anterior e agora marca 193 kg (em ordem de marcha) na balança. A Kawasaki deixou de lado o amortecedor lateral e adotou uma posição mais tradicional: o monoamortecedor agora é fixado por links à balança traseira e traz ajuste na pré-carga da mola.
O conjunto de suspensões tem bom curso para uma sport-touring: 125 mm, na dianteira, e 130 mm, na traseira. Na prática, a Ninja 650 absorve bem as imperfeições do piso, com o acerto voltado mais para o conforto.
Destaque também para os eficientes freios, a disco em ambas as rodas, e dotados de ABS. O conjunto está superdimensionado, já que a resposta é quase instantânea quando se aciona o manete ou o pedal. Em situações extremas o ABS entra em ação sem assustar o piloto, modulando bem a força exercida para a frenagem, sem deixar a roda travar. Tudo em nome de um maior prazer na pilotagem, sem muita interferência eletrônica, com exceção do sistema antitravamento.
Motor mais elástico
O modelo 2018 manteve a arquitetura de dois cilindros paralelos da versão anterior. Com 649 cm³ de capacidade, duplo comando no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida, produz 68 cv a 8.000 rpm de potência máxima e torque máximo de 6,7 kgf.m a 6.500 rpm.
Embora tenha perdido quatro cavalos de potência, em virtude da nova regra de emissões de poluentes Euro 4, o motor adotou cilindros do tipo open-deck (ocos) e também perdeu peso. No geral, a moto está 18 kg mais leve do que o modelo anterior, o que melhorou a relação peso-potência.
A nova configuração do propulsor privilegiou – ainda mais – o desempenho em médias e baixas rotações, o que ajuda muito no trânsito urbano. Há mais torque disponível e isso reflete em menos trocas no câmbio de seis marchas.
Outra novidade da sport-touring nipônica é a embreagem assistida e deslizante, que possibilita trocas de marchas mais rápidas, suaves e precisas. Muito racional para o uso diário, a Ninja 650 também é econômica: em qualquer regime de rotação, o motor não apresenta buracos na aceleração e seu consumo em circuito misto (cidade/estrada) foi de bons 23,04 km/l. Com tanque de 15 litros (1 a menos do que a anterior), a autonomia estimada supera os 300 km.
Apesar de sua racionalidade, na cidade, os espelhos retrovisores fixados na carenagem podem esbarrar nos carros. O restrito ângulo de esterço também dificulta manobras em baixas velocidades e, também, para estacionar a moto.
Já na estrada, a Ninja 650 demonstra boa estabilidade nas retas e bom ângulo de inclinação nas curvas. A sport-touring da Kawasaki ganha velocidade de forma linear, sem aquela rispidez dos motores de quatro cilindros. A 120 km/h, o motor está a apenas 5.000 giros, mas sempre pedindo mais, mesmo com garupa. Há pouco fôlego acima dos 7.000 giros, mas o suficiente para se divertir até mesmo em pistas, devidamente equipado e com toda a segurança.
Estilo e funcionalidade
A nova rabeta ficou mais encorpada e bonita, mas perdeu as alças para a garupa. Uma melhoria para quem vai pegar a estrada é que a Kawasaki projetou pontos de fixação para a instalação de bolsas laterais semirrígidas, vendidas como acessório. O para-brisa oferece boa proteção aerodinâmica e pode ser ajustada em três posições.
Redesenhado, o painel de instrumentos ficou mais completo e fácil de visualizar. Traz display em LCD, velocímetro, indicador de marchas, hodômetros total e parcial, média do consumo de combustível, temperatura do líquido de arrefecimento e relógio. Há até uma shift-light que, na unidade avaliada acendia a 5.000 rpm, mas pode ser ajustado.
Para quem quer apenas curtir a vida sobre duas rodas, sem tanta tecnologia embarcada, mas com um motor trabalhando de forma linear, a Kawasaki Ninja 650 está certamente entre suas opções de compra. Já que é uma moto honesta, fácil de pilotar e que transmite boa dose de segurança. Modelo ideal para quem está subindo de cilindrada e categoria ou para o motociclista mais experiente que não precisa provar mais nada para ninguém. (texto: Aldo Tizzani / fotos: Renato Durães)
FICHA TÉCNICA
Motor Dois cilindros paralelos, 4 tempos, DOHC, 8 válvulas e refrigeração líquida
Capacidade cúbica 649 cm³
Diâmetro x curso 83,0 x 60,0 mm
Taxa de compressão 10,8 : 1
Potência máxima 68 cv a 8.000 rpm
Torque máximo 6,7 kgf.m a 6.500 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Treliça em tubos de aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico convencional de 41 mm de diâmetro e 125 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor fixado por links com ajuste na pré-carga da mola e 130 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo semi-flutuante em formato margarida com 300 mm de diâmetro e pinça de dois pistões
Freio traseiro Disco simples em formato margarida com 220 mm de diâmetro e pinça de um pistão
Pneu dianteiro 120/70-ZR17M
Pneu traseiro 160/60-ZR17
Comprimento total 2.055 mm
Largura total 740 mm
Altura total 1.135 mm
Entre eixos 1.410 mm
Distância ao solo 130 mm
Altura do assento 790 mm
Peso 193 kg (em ordem de marcha)
Tanque de combustível 15 litros
Cores Preto e verde
Preços R$ 33.990 (preta) e R$ 34.990 (verde, Special Edition)
Infomoto
Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.
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