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Brasil-Peru: Curvas e "soroche" rumo a Cusco

Infomoto

17/02/2017 14h44

A Honda Afica Twin cruza trechos de floresta com baixas altitudes

Contando com a companhia do jornalista mineiro Téo Mascarenhas, que se reuniu com o grupo em Rio Branco (AC), a Expedição Interoceânica cruzou a fronteira com o Peru. Dormimos em Mazuco para, no dia seguinte, rumar para Cusco. A cidade de Mazuco está na floresta e a baixa altitude em relação ao nível do mar. Para chegar a Cusco tínhamos o desfio de percorrer cerca de 300 quilômetros subindo milhares de metros na Cordilheira dos Andes.

As distâncias são calculadas em horas e não em quilômetros

Engana-se quem pensa a que curta distância torna a tarefa simples. Na Cordilheira as viagens são calculadas em horas e não em quilômetros, por conta das centenas de curvas fechadas a velocidade sempre é baixa e a altitude afeta o rendimento da moto e também do piloto.

No percursso, as pedras substituiram as árvores

O trajeto começou na altitude de Mazuco, com 363 metros acima do nível do mar. Em pouco tempo a floresta fica para trás e as pedras dão lugar às arvores. As curvas ficam mais travadas e a paisagem muda radicalmente. Em menos de 200 quilômetros já chegamos a altitude de 3.150 metros na pequena Marcapata.

O cilindro de oxigênio ajudou a superar o "Mal das Montanhas" (Foto: Marcelo Vigneron)

A essa altitude o frio já começa a incomodar enquanto o corpo sente os primeiros sinais do mal da altitude, conhecido como soroche, pelos moradores locais. Uma leve dor de cabeça e a sensação "de estar em um filme" são os sinais que algo pode estar errado. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas não devem ser negligenciados. Alguns não sentem nada enquanto outros podem simplesmente desmaiar ao guidão. No meu caso, ao chegar aos 4.725 metros de altitude, o ponto mais alto da viagem, desci da moto e não tinha forças para continuar em pé. Os organizadores da expedição tinham o cilindro de oxigênio o que ajudou a amenizar os efeitos da altitude.

Os pilotos atingem o ponto mais alto da viagem: 4.725 metros

A viagem continuou rumo a Cusco, desta vez descendo a montanha e as motos foram acompanhadas por uma forte tempestade. A quantidade de água foi tão grande que inundou partes de Cusco, uma cidade conhecida pelo seu trânsito caótico e ruas estreitas. Até então as motos estavam respondendo a altura, com exceção de um pneu furado, não houve qualquer problema com as quatro Africa Twin, apenas a redução de desempenho no alto da Cordilheira, algo normal por conta da falta de oxigênio na região.

As ruínas da cidade sagrada dos Incas foram uma grande atração

No dia seguinte, já acostumado a altitude foi a vez de conhecer Machu Picchu. Visitar a Cidade Sagrada para os Incas foi o ponto culminante da viagem que continuou rumo ao Oceano Pacífico. (Texto Cicero Lima / Fotos Renato Durães)

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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