Em seis anos já foram vendidas mais de 190 mil unidades da XRE 300

Começamos mais um Teste dos 30 Dias e desta vez com uma moto mais versátil: a Honda XRE 300. A trail mostra agilidade para o uso urbano e ainda tem fôlego para quem quer viajar por qualquer tipo de estrada. Tanto que tem sido um sucesso: em 2014 vendeu mais que sua irmã CB 300R e lidera a categoria trail também neste ano. Desde seu lançamento em 2009, já foram vendidas mais de 190 mil unidades da XRE 300.

A Honda disponibilizou a versão "Rally" que, de diferente, só traz mesmo os grafismos similares aos usados pela equipe HRC nas provas off-road. Mas vale ressaltar que a roupagem colorida confere um ar mais jovem ao modelo e chama a atenção de outros motociclistas. Muitos até acham que a moto tem peças em fibra de carbono, mas são apenas adesivos.

A XRE 300 na versão Rally só está disponível com sistema de freios C-ABS, que distribui a frenagem nas rodas e ainda conta com o sistema antitravamento – aliás, este é um diferencial da trail da Honda na categoria.

Cotidiano

A XRE 300 é a única de sua categoria com freios C-ABS

Nesta primeira semana rodamos com a moto abastecida com somente com etanol, já que desde 2013 a XRE ganhou motor flex. Além da adoção da tecnologia bicombustível, a trail da Honda ampliou a capacidade do tanque para 13,6 litros, e consequentemente, ganhou mais autonomia.

Rodando na estrada e em perímetro urbano, com o combustível renovável, a XRE Rally fez média de 25,78 Km/litro. Fazendo uma conta rápida, dava para fazer um "bate e volta" entre São Paulo e Monte Verde (MG) – distante 165 km de São Paulo – com um tanque de etanol. O consumo da moto abastecida com gasolina será tema dos próximos posts.

Motor bicombustível

Abastecida com etanol é possível rodar mais de 300 km com um tanque

Seu motor é um monocilíndrico de 291,6 cm³, com duplo comando de válvulas (DOHC) e refrigeração a ar. Alimentado por injeção eletrônica, o propulsor gera 26,3 cv de potência máxima abastecida com etanol. Na cidade o motor oferece força suficiente para largar na frente dos carros e na estrada permite fazer ultrapassagens com segurança. Seu câmbio possui cinco marchas e a velocidade máxima no painel fica em 145 km/h.

Ciclística equilibrada

O motor flex chegou ao modelo Honda em 2013

A Honda XRE usa quadro tipo berço semiduplo em aço. Na dianteira, garfo telescópico com 245 mm de curso, e na traseira, balança de alumínio com monoamortecedor fixado por links. O conjunto absorve bem a imperfeição dos pisos irregulares e permite rodar sem sustos em meio a buracos, lombadas e até áreas alagadas por conta da sua altura livre do solo – 259 mm.

Com o sistema C-ABS, os freios da XRE 300 impressionam por sua eficiência. O disco simples de 256 mm com pinça de três pistões na frente; e o disco de 220 mm com pinça de um pistão, atrás, param o modelo com eficácia. Ajustado até mesmo para funcionar na terra, o C-ABS garante frenagens seguras mesmo no fora-de-estrada.

O par de pneus Metzeler Enduro 3 (90/90-21, na dianteira; e 120/80-18, na traseira) são ótimos em estradas de terra, mas muito barulhentos quando se roda no asfalto. Com cravos generosos, também devem durar menos e não são baratos – mas os custos de manutenção vão ficar para outro post.

Ergonomia

O modelo traz grafismos inspirados na equipe de rally

Outro ponto forte do modelo é a posição de pilotagem. Embora seja uma trail, seu banco em dois níveis tem espuma mais densa e é mais largo do que outras motos de uso misto. A Honda também instalou um guidão largo, porém em uma posição mais baixa, o que faz com que os braços fiquem mais relaxados – e, consequentemente, o piloto se canse menos em longos trajetos.

Há detalhes bem-vindos para os aventureiros – seja ele urbano ou adepto do off-road: bagageiro de série integrado às alças para a garupa, que facilita fixar a bagagem, aro de alumínio e roda aro 21 polegadas na dianteira que pode enfrentar qualquer obstáculo. Versátil, a trail da Honda equipada com freios C-ABS tem preço sugerido de R$ 17.039,00 – sem frete e seguro. (Por Aldo Tizzani)