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30 dias com o Cityclass 200i: o veredicto final

Infomoto

11/12/2015 17h53

Em mais de 2.000 km com nossa equipe o Cityclass 200i não apresentou nenhum defeito grave: apenas a seta queimou

Começamos a rodar com o Cityclass 200i em setembro. No fim, o teste de 30 dias acabou se estendendo por três meses com o scooter da Dafra. Claro que neste período o Cityclass ficou parado por alguns períodos: revisão dos 1.000 quilômetros e nossa cobertura dos salões. Com 2.220 quilômetros percorridos pela equipe da INFOMOTO, o produto de origem chinesa, mas fabricado pela Dafra em Manaus (AM), não apresentou nenhum problema grave, apenas uma lâmpada queimada da luz indicativa de direção (pisca) do lado esquerdo.

Em três meses, o scooter de 200cc serviu de "unidade móvel" para a realização de diversas pautas. Cruzou a cidade de São Paulo de Norte a Sul, com algumas idas e vindas para o interior, mais precisamente a cidade de Atibaia, que fica a apenas 60 quilômetros da capital. De cara, uma coisa ficou clara: o Cityclass 200i é um veículo "citadino", ou seja, foi construído para rodar na cidade. Já que seu desempenho e ciclística foram projetados para deslocamentos urbanos.

Motor e consumo
Prova disso é a agilidade do scooter entre os carros. Com potência máxima de 13,8 cv e 1,4 Kgf.m de torque máximo, o motor de um cilindro, de 199,1 cc, faz o scooter partir na frente de muita street de 150cc. De quebra conta com a praticidade do câmbio CVT, no qual não é preciso trocar as marchas. Simplesmente só acelerar.

Modelo Dafra é boa opção para quem quer um scooter urbano de rodas grandes e com piso plataforma

Porém, o Cityclass só sai da inércia a partir dos 4.000 giros. E seu motor, com arrefecimento a ar, "grita" muito. Ou seja, faz muito barulho antes de fazer o Cityclass andar.

Outra crítica vai para o consumo do Cityclass, um pouco elevado para seu motor de 200cc e para um scooter. Na cidade, nossa pior média foi de 21, km/litro, e a melhor, de 28,0 km/l. O valor é semelhante ao de motos de 250cc/300cc, porém com um desempenho inferior. É normal que o câmbio CVT faça o scooter "beber" mais, porém esperávamos rodar mais de25 km/l.

Bons freios
Um dos destaques deste scooter é a ciclística, ou seja, o comportamento dos sistemas de freio e amortecimento. O scooter está equipado com auxílio do sistema de frenagem combinada que, com certeza, ajuda os menos inexperientes. O conjunto – a disco em ambas as rodas – se mostrou bastante eficiente, com frenagens que transmitiam segurança ao piloto.

Freios a disco em ambas as rodas são eficientes e contam com sistema combinado

Os amortecedores funcionaram bem em conjunto com as rodas maiores (16 polegadas) para absorver as imperfeições do piso e, em nenhum momento, chegou a dar fim de curso. Claro que, em ruas mais esburacadas, o Cityclass sofre, mas em geral as suspensões se saíram bem.

Aqui vale ressaltar outra questão que se refere ao projeto urbano do Cityclass. Para privilegiar a agilidade, o ângulo de cáster é bem fechado, o que permite mudanças rápidas de direção e também ajuda para desviar dos carros em um congestionamento. Entretanto, isso prejudica um pouco a estabilidade do Cityclass em altas velocidades. Acima de 90 km/h, nota-se certa instabilidade no trem dianteiro: não chegou a nos dar grandes sustos, mas não passa a confiança necessária.

Na estrada
As rodas maiores transmitem segurança. Não tanto quanto uma moto, porém melhor que outros scooters de rodas menores. A posição de pilotagem permite rodar com conforto. Os pés apoiados na plataforma plana ajudam no conforto, assim como o escudo frontal que protege as pernas.

Motor "grita" demais e gasta acima do esperado: chegamos a fazer 21,88 km/l na cidade

Sou autonomia é baixa – quase 150 Km, já que o tanque tem capacidade para somente 6 litros e o consumo na estrada variou entre 25 e 29 km/l. O tanque de reduzida capacidade exige atenção em relação aos postos de abastecimento. O desenho é satisfatório e permite velocidades de cruzeiro de 110 km/h sem grandes esforços do motor.

O ponto negativo é a oscilação do guidão e a suspensão dianteira ao passar por emendas de pontes ou buracos. Uma característica que exige cuidado do condutor. O Cityclass 200i é um veículo urbano. Permite viagem curtas, porém não é adequado para rodar logos trechos.

Conclusão
Para quem busca um scooter para rodar na cidade, mesmo em avenidas de trânsito rápido, o Cityclass 200i é uma boa escolha. Principalmente se você curte o design plataforma ao invés do tubo central, como no Honda PCX. Sem falar que o scooter da Dafra tem rodas maiores.

Suspensões oferecem bom amortecimento na cidade e se saem bem nas curvas

Com diversos itens de praticidade (como você pode ler em post anteriores, veja os links abaixo), o Cityclass vai deixar saudade aqui na redação: todos queriam usá-lo para os deslocamentos diários na cidade de São Paulo.

Agora, se a sua ideia era ter um scooter também para viajar, talvez o desempenho do Cityclass o decepcione. Sugeriríamos optar por um scooter maior, como o Citycom 300i, que oferece melhor desempenho e mais conforto.

Com preço sugerido de R$ 10.490 é uma boa opção e uma briga boa com o Honda PCX, vendido pelo mesmo preço nas concessionárias da marca japonesa em São Paulo. Claro que o espaço sob o banco poderia ser maior e o motor do Cityclass 200i menos barulhento e beberrão. Mas durante esse teste de longa duração, o scooter da Dafra mostrou ser um produto honesto e que se sai bem, principalmente, na cidade. (Texto: Equipe INFOMOTO / Fotos: Mario Villaescusa / INFOMOTO)

Veja os post anteriores:

–  30 dias com o scooter Dafra Cityclass 200i

– 30 dias: a praticidade do Cityclass

– 30 dias: quanto custa manter o Dafra Cityclass

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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