Por que alguém iria querer dirigir um Clio e ouvir o som de uma Harley?

O sistema "R-Sound Effect" equipa alguns modelos da Renault desde julho do ano passado, mas foi somente agora com o lançamento do Clio RS na Europa que ficamos sabendo da existência do tal sistema. Integrado na plataforma multimídia da marca francesa, batizada de R-Link, o tal do R-Sound Effect reproduz seis diferentes sons de motores dentro da cabine do automóvel quando você se cansar do som emitido pelo escapamento do motor 1.6. O mais interessante é que o som acompanha as ações do motorista, ou seja, se você pisar fundo o som aumenta. E não importa se você estiver dirigindo o modelo mais econômico do hatch francês, você pode optar por ouvir o som de um modelo V6 bastante nervoso.

O ícone do som "MotoGP" na tela multimídia da Renault é uma H-D XR 750. Oi?

Achou bizarro? Pois é, eu também. Mas calma que tem mais. Como diz o ditado, "nada é tão ruim que não possa piorar". E a Renault piorou. Entre os sons do Alpine 110 e do Clio V6 você pode optar por um chamado de "MotoGP". Isso mesmo: imagine que você está guiando seu pequeno Clio com motor diesel 1.6 silencioso pela bela estradinha beira mar que vai a Monte Carlo e queira se sentir pilotando uma moto esportiva? A Renault tem a solução. Ou teria, não fosse o som emitido pelo R-Sound Effect o vigoroso ronco de um motor V2, mais lembrando as motos da americana Harley-Davidson do que as esportivas da Moto GP. Para piorar o ícone do tal som "MotoGP" na tela multimídia é exatamente uma H-D XR 750 de dirt-track.

Duvida? Então clique nesse link e assista ao vídeo, ou melhor, ouça.

Duas perguntas não me saem da mente: 1) por que alguém iria querer ouvir o ronco de uma moto enquanto dirige um carro? 2) Mas que raios um motor V2 da Harley tem a ver com MotoGP? Um conselho aos engenheiros e marqueteiros da Renault: concentrem-se nos carros, por favor. Menos mal que a reprodução do som fica restrita ao interior do veículo, assim o motorista do Clio não passa vergonha quando estiver dirigindo por aí. (por Arthur Caldeira)