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Testamos: novas motos da Royal Enfield chegam ao Brasil com preço acessível

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25/01/2020 04h00

Interceptor 650 custa a partir de R$ 24.990

Com estilo clássico, porém mecânica moderna, as novas Royal Enfield Interceptor 650 e Continental GT 650 chegam agora às concessionárias com um preço atraente. A naked Interceptor (foto acima) custa a partir de R$24.990; já a cafe racer Continental GT sai por R$ 25.990. Valores bem inferiores aos cobrados pelas clássicas-modernas existentes no mercado.Continental GT 650 sai por R$ 25.990

As motos compartilham o mesmo chassi e o motor, com o clássico desenho inglês com dois cilindros paralelos com refrigeração a ar, ajudada por um pequeno radiador de óleo. Alimentado por injeção eletrônica, produz bons 47 cv de potência máxima a 7.100 rpm e torque máximo de 5,3 kgf.m já a 4.000 giros. Em conjunto com o câmbio de seis marchas e embreagem assistida, números suficientes para arrancadas vigorosas ou para rodar a 120 km/h na estrada, numa boa. Sem vibração como nos antigos monocilíndricos que equipam outros modelos da Royal.

Completamente novasAs motos foram desenvolvidas em parceria com o novo centro técnico da Royal na Inglaterra

Aliás, Interceptor e Continental GT 650 nada tem a ver com o as motos que a marca vende até hoje. Foram desenvolvidas no centro técnico, na Inglaterra, como modelos globais. A Royal contratou a inglesa Harris Performance para desenvolver o chassi e também trouxe alguns funcionários de marcas concorrentes para criá-las.Painel simples tem dois mostradores analógicos e combina com o estilo clássico

Tanto que o motor tem bom desempenho, vibra muito pouco e se entende bem com o quadro berço duplo em tubos de aço. O conjunto de suspensões tem garfo telescópico convencional com tubos de 43 mm, sem ajuste, na dianteira; e dois amortecedores, na traseira, com cinco posições de regulagem na pré-carga da mola. Sem garupa e nas curvas da ensolarada Santa Cruz, na Califórnia (Estados Unidos), onde avaliei as motos, funcionou bem. Motor de dois cilindros produz 47 cv de potência máxima e quase não vibra 

As rodas raiadas são de alumínio de 18 polegadas e calçam bons pneus Pirelli Phantom SportsComp, porém com câmara. O sistema de freio tem disco flutuante de 320 mm na dianteira e um disco fixo de 240 mm na traseira. Ambos são mordidos por pinças de dois pistões da ByBre, divisão da Brembo, que têm a única ajuda eletrônica das motos, os freios ABS exigidos por lei.  Rodas raiadas têm pneus Pirelli Phantom SportsComp e freio a disco com ABS

O peso não é dos menores. A Interceptor 650 pesa 202 kg a seco e tem tanque para 13,7 litros. Já a Continental GT é um pouco mais leve: 198 kg também sem os 12,5 litros de combustível. Pode complicar um pouco em manobras, mas em movimento não compromete a ciclística certada dos dois modelos. Suspensão traseira tem ajuste na pré-carga da mola

O acabamento também é superior aos dos modelos que a Royal fabrica há décadas. Há peças usinadas, com ligas de metais uniformes e, no geral, a moto é mais bem-acabada do que as Bullet e Classic, que são rústicas. O painel é simples, porém completo: tem dois mostradores analógicos (conta-giros e velocímetro) e uma pequena tela de LCD com marcador de combustível, dois hodômetros parciais e um total.

Quais as diferenças entre elas?Além do estilo, apenas tanque posição das pedaleiras e do guidão são diferentes

A Royal Enfield buscou no passado a inspiração para os dois novos modelos. Acertou duas vezes: manteve o estilo clássico presente em seus outros modelos (Classic e Bullet) e ainda embarca na onda de clássicas-modernas que, atualmente faz sucesso em todo o mundo.Interceptor é naked clássica, inspirada em modelo de sucesso na Califórnia, nos anos de 1960

A Interceptor 650 foi inspirada em um modelo de mesmo nome construído nos anos de 1960 que fez muito sucesso nos Estados Unidos. Naked com visual clássico é mais confortável, e minha preferida, com guidão alto e largo e pedaleiras centralizadas.Continental GT 650 segue o estilo cafe racer, com semiguidão, banco solo e pedaleiras recuadas

Mas menos esportiva que a cafe racer Continental GT 650, que segue o estilo nascido na Inglaterra no final dos anos de 1950. Com semi-guidões e pedaleiras recuadas, tem um comportamento mais agressivo e esportivo nas curvas.

Apesar do estilo distinto, apenas o tanque, o acerto das suspensões, a posição das pedaleiras e o guidão são diferentes. Pode-se até ter uma Interceptor, comprar as pedaleiras e os semi-guidões da Continental e ter, praticamente, duas motos em uma.

ConclusãoMais esportiva, Continental GT vai bem nas curvas

As novas da Royal Enfield são claramente superiores aos antigos modelos da marca. O desempenho do motor não impressiona, mas nem é essa a proposta dos modelos clássicos modernos e, talvez, nem seja isso que o consumidor desse tipo de moto procura.

Interceptor 650 e Continental GT 650 têm uma pilotagem prazerosa com pouca vibração, transmite confiança nas curvas e os freios dão conta do recado. As especificações dão conta do recado para um passeio no final de semana ou rodar no dia-a-dia, tudo com um estilo diferenciado.Já Interceptor 650 tem posição de pilotagem mais confortável

O acabamento pode não ser de uma moto premium, mas o preço também não é. A Triumph Bonneville T100 Black, modelo de entrada da família de clássicas da marca inglesa, custa R$ 42.600,00 na tabela. Lembrando que a Bonnie tem motor de 900 cc, com refrigeração líquida, bem mais potente e recheado de eletrônica. Além de detalhes mais sofisticados.Modelos são boas opções para quem procura uma moto clássica-moderna, mas não quer gastar muito

Mas os dois novos modelos da Royal Enfield são uma boa opção para o motociclista que busca estilo, mas não quer (ou não precisa) de mais potência e tecnologia para rodar de "clássica" por aí. Além de atrair quem não quer gastar tanto. A Interceptor 650 parte de R$ 24.990 e a Continental GT 650 começa em R$ 25.990 –  os preços aumentam de acordo com a cor escolhida. (Por Arthur Caldeira)

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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