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Tem crédito rural? Saiba qual a melhor moto para o trabalho no campo

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04/07/2018 08h00

Motos de uso misto podem ser adquiridas com facilidades em programa do governo voltado à agricultura familiar

Há muitos anos, o produtor rural descobriu que as motos são mais baratas e eficientes do que os animais para o trabalho no campo. Por isso, ver agricultores usando motos enquanto realizam suas tarefas ou em deslocamentos é cada vez mais comum no interior do Brasil.

Reconhecendo a utilidade desses veículos para a agricultura familiar o governo, por meio do programa Pronaf Mais Alimentos, anunciou uma linha de crédito especial para que o produtor rural adquira sua moto com facilidades. As taxas de juros variam de 0,5% e 4,6% ao ano e o prazo pode chegar a 120 meses, com carência de até três anos.

Vale ressaltar que apenas as famílias agrícolas cadastradas no programa Pronaf Mais Alimentos são contempladas pela linha de crédito especial. Atualmente, há mais de 4 milhões de famílias inscritas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. "A iniciativa possibilita aos agricultores o acesso a produtos mais modernos, de tecnologia avançada, melhor desempenho e, ainda, com a garantia das fabricantes", afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, associação dos fabricantes de motocicletas.

Outro detalhe é que apenas as motos catalogadas no Pronaf podem ser adquiridas por meio da nova linha de crédito rural. Ao todo são oito modelos de motos on/off-road dos fabricantes Honda e Yamaha, além de motores estacionários, motores de popa e até o quadriciclo Honda TRX 420 Fourtrax.

As motos têm motores de um cilindro e com capacidade cúbica entre 150 e 250 cc. Os preços sugeridos variam de R$ 10.241 a 16.490. Confira as características de cada um deles e veja qual a melhor moto para o trabalho no campo.

Honda NXR 160 BrosBros tem motor da CG, mas suspensões e rodas para encarar uma estrada de terra

Terceira moto mais vendida no Brasil, a Bros usa o mesmo motor flex da CG 160, com 162,7 cm³ e potência máxima de 14,6 cv (a 8.500 giros), porém tem suspensões de longo curso e rodas raiadas (aro 19 na dianteira e 17 na traseira) com pneus de uso misto. Outras características, como para-lama alto, grande distância do motor ao solo e escapamento de saída elevada, favorecem o uso off-road e fazem da Bros uma boa opção para o trabalho no campo.

A versão básica, com freio a tambor nas duas rodas, mas partida elétrica, custa R$ 10.241. Há ainda a versão ESDD com freios combinados a disco nas duas rodas que custa R$ 12.050. O conforto em estradas de terra é um dos pontos fortes da Bros.

Honda XRE 190, a única com ABS Mais sofisticada que a Bros, XRE 190 tem ABS na dianteira

A XRE 190 tem visual e acabamento mais sofisticado que a Bros, além de usar um motor maior, de 184,4 cc, e mais potente com 16,3 cv a 8.500 giros, também bicombustível. A parte ciclística também vai bem na terra, mas O grande destaque é freio dianteiro com sistema ABS. Seu preço, porém, é maior: R$ 13.557.

Honda CRF 230, só na fazenda Modelo não pode ser emplacado e seu motor é carburado

Destinada exclusivamente ao uso fora de estrada, a CRF 230 não pode ser usada em vias públicas (ruas e estradas) e nem ser emplacada, pois não tem espelhos retrovisores e nem lanterna traseira. Seu motor de 230 cc é abastecido exclusivamente com gasolina e alimentado por carburador. A potência é mais elevada, de 19,3 cv, mas a CRF 230 não oferece muito conforto e seu uso é limitado. O preço sugerido é de R$ 13.450.

Yamaha XTZ 150 CrosserCrosser Z tem para-lama alto e protetores na bengala

Equipada com motor de 149 cm³, que atinge a potência de 12,2 cv a 7.500 rpm, a Yamaha XTZ 150 Crosser segue a mesma receita da Bros com rodas aro 19, na frente, e 17, atrás. As suspensões absorvem bem as imperfeições de uma estrada de terra na fazenda e a Crosser tem freio a disco na dianteira, mas sem o sistema combinado. Versão S tem para-lama rente à roda dianteira

O modelo está disponível em duas verões: a versão S, que usa para-lama baixo e custa R$ 11.390; já a versão Z, mais apropriada para o uso off-road no campo, conta com lama alto e protetores nas bengalas, por R$ 11.590.

Yamaha XTZ 250 LanderCom aro 21 na dianteira, Lander vai bem na terra, mas tem tanque pequeno

Feita para encarar as estradas de terra (e lama), a veterana XTZ 250 Lander tem suspensões de maior curso, além de roda aro 21 na dianteira – uma boa combinação para o trabalho no campo. A Lander tem motor flex de 250 cm³ e oferece melhor desempenho: 20,7 cv de potência a 8.000 rpm. Os freios são a disco nas duas rodas e o preço sugerido é de R$ 15.690. Uma boa opção para o trabalhador rural, exceto pelo seu tanque de apenas 11 litros, que oferece uma autonomia de cerca de 250 km, relativamente baixa para as zonas mais afastadas.

Yamaha XTZ 250 TénéréTénéré 250 tem mais conforto e autonomia, mas é mais cara que a Lander

Com o mesmo motor de 250 cc da Lander, a Ténéré 250 se destaca por oferecer mais conforto, afinal seu banco tem mais "espuma" e ela conta com um parabrisa para desviar o vento. Outro ponto positivo é a maior autonomia, graças ao tanque de 16 litros.

Por outro lado, a Ténéré 250 é mais pesada, 154 kg contra os 143 kg em ordem de marcha da Lander. Além disso, ela também é mais cara: seu preço sugerido é de R$ 16.490. Só vale a pena, caso o produtor rural precise pegar muita estrada ou se os postos de combustível forem muito afastados de sua propriedade; porque a Lander faz o mesmo trabalho com menos peso e por um preço menor. (Por Cicero Lima)

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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