30 Dias: Honda XRE 300 Rally na estrada
Consumo na estrada variou entre 25,3 e 27,8 km/litro de gasolina
Aproveitamos os (poucos) dias de folga que tivemos no final de ano e fomos viajar, de moto é claro. Colocamos a Honda XRE 300 Rally, modelo do nosso teste de 30 dias, na estrada. Afinal, um dos motivos para o sucesso dessa trail da marca japonesa é sua vocação para ser uma mini-aventureira, assim como sua principal concorrente a Yamaha XTZ 250 Ténéré. Talvez por isso, em 2015, a XRE 300 repetiu o sucesso do ano anterior e figurou entre as 10 motos mais vendidas do Brasil (o modelo Honda ficou na 9ª posição com 28.307 unidades emplacadas).
Banco é confortável para viajar – pelo menos para o piloto
Com mais conforto, em função do banco mais largo, e boa autonomia, por causa do seu tanque com capacidade para 13,6 litros, a XRE 300 é melhor para viajar do que as trail convencionais, como a antiga Tornado e a Yamaha Lander. E o melhor é que as qualidades "estradeiras" não comprometeram a versatilidade do modelo, equipado com suspensões de longo curso, roda aro 21 na dianteira e pneus de uso misto. Portanto, dá para encarar estradas de terra com bastante segurança e relativo conforto.
Rodei pouco mais de 300 km (ida e volta) em minha viagem de fim de ano. Para essa distância a XRE 300 se sai bem mesmo original. O banco oferece um bom equilíbrio entre rigidez e maciez (não é tão macio a ponto de obrigar parar e nem tão duro que incomode) e a pouca proteção aerodinâmica da carenagem não chega a ser um problema. Mas, vale dizer, que se fosse fazer uma viagem mais longa e com muitos dias de duração, investiria em um pequeno para-brisa (ou bolha) para evitar o incômodo do vento. Há diversas opções no mercado (aliás, se alguém tiver a dica de um que já tenha testado e aprovado, deixe aí nos comentários).
Carenagem do farol oferece pouca proteção aerodinâmica. Em viagens mais longas, vale investir em um para-brisa
Enquanto seguia para meu destino, o vento era bem forte e chegou a incomodar, mas como era perto, toquei o barco, digo, a moto. O vento influenciou até mesmo no consumo da XRE 300: na ida rodei 150 km e abasteci com 5,92 litros de gasolina, resultando em 25,3 km/litro. Na volta para casa, a mesma distância, porém o consumo foi menor: rodei 27,8 km/litro (150 km e 5,39 litros). Como a estrada foi a mesma e respeitei os limites de velocidade (entre 100 e 120 km/h), credito essa diferença ao vento contrário que enfrentei na ida.
Outro detalhe bacana é o bagageiro que vem de série na XRE 300: fácil de prender a bagagem com segurança, mas só se for uma mala pequena. Se a viagem fosse mais longa, valeria gastar com malas laterais ou um baú de 33 ou 35 litros que pode ser facilmente fixado na furação original do bagageiro. O preço de um bom baú varia entre R$ 175 e R$ 250.
Motor tem bom torque e a potência é suficiente para manter 120 km/h
Quanto ao desempenho, a XRE 300 oferece aquilo que seu motor é capaz. Tem bom torque para sua capacidade e quase não exige trocas de marchas e sua potência é razoável. Os 26,1 cv são suficientes para manter a velocidade de 120 km/h, mas em subidas mais íngremes senti falta de uns 4 cavalinhos a mais, pois a velocidade caía um pouco para 110, 115 km/h.
Os freios com sistema ABS são bastante eficazes e deram conta do recado quando precisei deles: sabe o momento em que aquele caminhão lento decidiu que a subida era a hora certa de ultrapassar outro caminhão? Pois então, alicatei os freios e a velocidade reduziu com segurança, sem instabilidade e nenhum susto. Embora não seja muito fã do sistema combinado, o ABS transmite confiança para frenar com vontade sem medo de derrapar. Sem dúvida, um item que vale o investimento. A única crítica vai mesmo para os pneus Metzeler Enduro 3, que foram muito bem até mesmo em uma estrada de terra com lama, porém são muito barulhentos no asfalto. Uma solução para isso é viajar com protetores auriculares, hábito que já cultivo há algum tempo a fim de preservar minha audição.
Suspensões tem bom curso e pneus vão bem na terra, porém no asfalto são barulhentos
Em geral, a XRE 300 pode ser uma opção para viagens – pelo menos sozinho. O banco é confortável, mas a proteção aerodinâmica é insuficiente. O modelo também tem boa autonomia – no meu caso variaria entre 340 e 380 km. Agora, que estou na labuta nesse quente (e úmido) janeiro em uma cidade de São Paulo mais vazia que o normal, aproveito para avaliar a trail da Honda no uso urbano. Mais isso é o assunto do próximo post. Até semana que vem e boas viagens! (por Arthur Caldeira)
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