30 dias com a CB500F: pegando a estrada
Testamos a naked da Honda durante cinco dias no percurso entre Atibaia e São Paulo
Sabendo que uma das propostas da Honda CB 500F é oferecer a possibilidade do uso urbano e viagens confortáveis, fui escalado para testá-la em meu cotidiano. É uma rotina diária que inclui a viagem entre Atibaia e São Paulo, além de um grande trecho dentro da capital paulista. Em apenas cinco dias rodo 750 km – a mesma distância entre São Paulo e Florianópolis.
Com a CB 500F a rotina ficou menos cansativa. Contribuiu para isso a maciez do banco, a posição de pilotagem e o funcionamento linear do motor.
Confortável, a moto se mostrou pouco cansativa ao percorrer o trecho diariamente
Quando se fala em conforto o que vem à mente são itens ligados à ergonomia e à posição de pilotagem. Claro que são fundamentais e nesse quesito o banco largo e com uma generosa camada de espuma permite viagens com poucas paradas sem problemas. Mãos e pés alcançam os comandos de maneira natural, enquanto as pernas "abraçam" o tanque.
O motor de dois cilindros paralelos é capaz de mantê-la na velocidade de cruzeiro de 120 km/h trabalhando na casa dos 5.500 giros. Quem deseja mais velocidade terá que rodar entre 6.500 e 7.000 giros para atingir os 140 km/h. Acima disso o conforto praticamente acaba e o piloto terá que conviver com as oscilações do vento frontal. Aconselho a se agarrar ao guidão enquanto o velocímetro vai a pouco além dos 170 km/h e acaba a empolgação do propulsor de 47,5 cavalos. Mesmo com esse desempenho, as ultrapassagens são rápidas e seguras.
O motor é capaz de manter a velocidade de 120 km/h a 5.500 giros
Se você acha que a CB é "xôxa", aconselho rever seu conceito, pois acompanhei motos esportivas no trajeto. Nas curvas – onde o que vale é a harmonia do conjunto – ela não faz feio. Pneus, suspensão e quadro trabalham de forma equilibrada e, se o piloto souber usá-la, não passará vergonha na estrada. Em todo caso, se você busca emoções fortes esqueça a CB ela nasceu para um uso racional.
Acelerou, bebeu
Falando em racionalidade ela mostra o quanto pode ser sua amiga (ou inimiga) no posto de combustível. Andando de forma esportiva com muitas reduções de marchas (para entrar e sair das curvas) o consumo foi de 23 km/litro. Em velocidade de cruzeiro de 120 km/h (a 5.500 giros) consumiu pouco mais de 28 km/litro. Porém resolvi fazer uma experiência e limitei o giro na casa dos 5.000 giros. Nesta condição, a velocidade se limitava a 100 km/h, ela atingiu a incrível marca de 36 km/litro. Ou seja, a CB lembra ao piloto que existe uma conexão direta entre seu bolso e o punho do acelerador – brincou pagou!
Pilotando de forma racional, a naked de 500cc rodou 28 km/ litro
Equipada com um tanque de 15,7 litros, sua autonomia é destaque superando com facilidade os 400 km. Na teoria é possível ir de São Paulo ao Rio sem abastecer. Mas quando for abastecer passará raiva, não dá para deixar de criticar o bocal do tanque que, apesar do estilo, deve ser retirado junto com a chave. É preciso cuidado, se a tampa cair existe o risco de entortar e danificar a chave. Outra crítica para a CB 500F vai para a ausência de gancho para prender o capacete. É preciso abrir o banco da garupa e usar um pequeno cabo de aço para prendê-lo. Poderia ser mais simples e prático.
Apesar disso, a moto foi aprovada no meu vai e vem. Usada de forma racional é um modelo econômico e confiável, uma moto simples e eficiente. Pena que ela peca pela falta de ousadia no visual, a meu ver. (por Cicero Lima)
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