Teste dos 30 dias com a Suzuki Gladius 650
Vamos ficar um mês ao guidão da naked Gladius
A grande maioria das avaliações de motocicletas (e de carros também) é geralmente feita durante cinco dias ou uma semana. Nesse período, nós aqui da INFOMOTO, procuramos submeter as motos às mais variadas condições de uso: rodamos na cidade, em meio ao trânsito caótico de São Paulo; passeamos à noite, quando as ruas estão mais vazias; e, dependendo do estilo da moto, fazemos viagens de 300, 500 km para podermos conhecer o modelo em diversas situações.
Embora divertida, nossa tarefa de avaliar motocicletas (e de nossos colegas de UOL Carros de avaliar automóveis) algumas vezes se mostra ingrata. Afinal, não se pode conhecer completamente uma motocicleta sem tê-la. Descobrimos isso, muitas vezes, por meio dos comentários de leitores que possuem determinada moto. "Rodar na estrada com o sol a pino dificulta visualizar o painel"; "Na chuva, os pneus não são muitos bons", são alguns exemplos de comentários que mostram que, apesar de nossa busca por simular diferentes situações, nem sempre conseguimos avaliar uma moto em sua totalidade.
Pensando nisso, decidimos criar neste ano que se inicia o "Teste dos 30 Dias". Uma avaliação que, como o próprio nome indica, consiste em rodar 30 dias, um mês, com determinada moto para responder uma pergunta: "como é ser proprietário dessa motocicleta?".
A moto vai passar um mês pela mão de diferentes integrantes da INFOMOTO, servindo como veículo para ir e voltar do trabalho, carona para buscar outras motos, dar uma volta no final de semana e até mesmo para viagens mais longas. A ideia é passar pelas mesmas experiências pelas quais um proprietário de um novo modelo passará. O objetivo é ter uma visão completa da moto e não apenas uma impressão de pilotagem. O consumo no dia-a-dia, a facilidade (ou não) para rodar no trânsito, para estacionar a moto; fixar uma bagagem, o conforto para viajar… Claro que, se tudo der certo, ainda assim não experimentaremos tudo da moto, como, por exemplo, o atendimento nas concessionárias, a disponibilidade (ou a falta) de peças. Mas, tenha certeza que, se isso acontecer, você vai ficar sabendo.
A escolhida – Suzuki Gladius 650
O primeiro modelo que escolhemos para essa avaliação foi a Suzuki Gladius 650. Para nossa sorte, a fabricante tinha a moto disponível e topou encarar esse desafio. Mas, por que a Gladius? Simplesmente porque o modelo é um dos mais vendidos na Europa para os motociclistas que buscam uma boa companheira para o dia-a-dia, e chegou recentemente ao nosso mercado. Dessa forma, achamos que ela tem tudo a ver com a proposta do nosso teste dos 30 dias. E nesse primeiro post, vamos apresentar a Gladius.
Lançada no exterior em 2009, a Gladius é uma evolução da naked SV 650. Depois de muitos anos na estrada, a SV 650 foi aposentada e substituída pela Suzuki Gladius, que lá no Velho Continente, traz a sigla SFV 650. Sua proposta fica explícita nessa sigla que a fábrica de Hamamatsu tanto gosta. "S" de Stylish (estilosa), "F" de Friendly (amigável) e "V" em referência à arquitetura de seu motor. A Gladius é uma moto com muito estilo e amigável em função de seu propulsor V2.
A Suzuki renovou completamente o coração de dois cilindros em "V" dispostos a 90°, que alguns chamam de "L". Com refrigeração líquida, duplo comando de válvulas (DOHC) e 645 cm³ de capacidade, o propulsor é um dos destaques da Gladius.
Primeiramente a Suzuki dotou cada cilindro com duas velas de ignição para melhorar a combustão. Trocou as molas duplas das quatro válvulas por cilindro por molas simples, que diminuem a perda mecânica e garantem um funcionamento mais suave. Os bicos da injeção eletrônica ganharam 10 furos para otimizar a mistura ar-combustível. Além disso, equipou a Gladius com todas as siglas tecnológicas possíveis: SDTV, dupla borboleta de aceleração no corpo injetor; TI-ISC, um moderno controle de marcha lenta para reduzir a emissão de gases; e para completar um novo ECM, um módulo de gerenciamento mais atual.
Com isso, a Suzuki afirma que o motor responde melhor ao acelerador e oferece mais torque em baixos e médios giros, graças também à válvula que regula a saída de gases no escapamento. Os números de desempenho estão de acordo com sua proposta: 72 cavalos de potência máxima a 8.400 rpm e 6,52 kgf.m de torque aos 6.400 giros.
A Gladius até agora se mostrou a moto ideal para rodar na cidade, sem exigir muitas trocas de marchas. Nesses primeiros dias com a moto, percebi que é possível rodar a 60 km/h até mesmo em quarta marcha sem o motor reclamar.
Proposta urbana
Desde o esboço do projeto da Gladius, os engenheiros da Suzuki pensaram em um design que se adaptasse às características das vias urbanas e do tráfico citadino, mas que tivesse ao mesmo tempo uma personalidade marcante.
A personalidade da Gladius é marcada pelo farol excêntrico com um pequeno painel sobreposto. As linhas fluem para um tanque de formato circular e um banco muito bem desenhado e com baixa distância do solo, o que facilita a pilotagem. Para completar uma rabeta minimalista, com a lanterna traseira embutida. As alças do passageiro completam o desenho, assim como a curta ponteira de escape na lateral direita da Gladius.
Ciclística
A Gladius tem quadro de aço em treliça com garfo telescópico convencional com ajuste na pré-carga da mola, na dianteira. Atrás a balança de formato tradicional e feita em aço tem um único conjunto mola-amortecedor com sete regulagens da pré-carga da mola.
As rodas de liga-leve são aro 17 polegadas e calçadas com pneus Dunlop Qualifier sem câmara nas medidas 120/70, na dianteira, e 160/60 na traseira. Completam o conjunto, disco duplo de freio na dianteira e um disco simples, na traseira.
Nas próximas semanas mostraremos como a naked da Suzuki realmente se comporta no dia-a-dia. Acompanhe aqui! (Texto: Arthur Caldeira/ Fotos: Doni Castilho/INFOMOTO)
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