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Pirelli lança pneu radial para motos de 250 e 300cc fabricado no Brasil

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22/08/2013 16h57

A Ninja 300 é um dos modelos para os quais o pneu foi desenvolvido

Com a evolução das motos urbanas e o surgimento das mini-esportivas de 250 e 300 cc, o desempenho desses modelos, que atingem velocidades mais altas e têm freios mais potentes, fez com que os fabricantes de pneumáticos começassem a desenvolver pneus radiais para as motocicletas desta faixa de cilindrada. Antes restrito às motos maiores e mais potentes, os pneus radiais chegam agora para modelos mais populares, como a Honda CB 300, Yamaha YS 250 Fazer, Dafra Next 250 e Kawasaki Ninja 300.

A primeira a lançar no mercado um pneu de construção radial para esses modelos foi a Michelin com seu Pilot Street Radial (que você viu aqui). Agora a italiana Pirelli apresenta o Diablo Rosso II, o primeiro pneu para moto com construção radial produzido no Brasil, já que os de motos maiores, assim como o Pilot Street da Michelin, são importados.

O novo pneu da Pirelli é fabricado aqui no Brasil

Com o novo pneu, o objetivo dos fabricantes é abocanhar uma considerável fatia de mercado, o segmento street de 250 e 300cc, que hoje corresponde a 7% da frota circulante, ou pouco mais de um milhão de motocicletas. De acordo com pesquisas feitas pela Pirelli, os proprietários desses modelos almejam motos de maior potência e, para tanto, procuram equipamentos que sigam esta tendência. A segurança e o desempenho são pontos de grande preocupação deste motociclista. "Com essas informações em mãos, procuramos desenhar o produto ideal para este segmento, oferecendo a melhor tecnologia e o mais avançado processo industrial de que dispomos", afirma Marcelo Natalini, diretor da unidade de negócios motocicleta para América do Sul da Pirelli.

O executivo destaca que o processo desenvolvido para a produção do Diablo Rosso II no País é inédito e foi patenteado pela Pirelli. "Desenvolvemos um processo novo, diferente dos outros utilizados na Europa, que permitisse não elevar muito o custo para consumidor final." A fabricação do pneu radial para média cilindrada será feito na planta da Pirelli em Gravataí (RS) e o produto estará disponível para o mercado brasileiro ao longo do segundo semestre de 2013. Para os outros países latino-americanos os pneus serão comercializados a partir do início de 2014. A Pirelli estima vender mais de um milhão de pneus Diablo Rosso II até 2017.

A CBR 250R mostrou um comportamento diferente calçada com os novos pneus

Benefícios
Os benefícios para o motociclista vão além da capacidade que os pneus radiais têm de suportar velocidades mais altas e frenagens mais bruscas. E o Diablo Rosso II para as motos de 250cc e 300cc traz tecnologias de medidas maiores (é o pneu original de fábrica da Ducati Diavel) para essas pequenas street.

De acordo com informações da própria Pirelli, o pneu radial Diablo Rosso II tem melhora de 15% em dirigibilidade e 10% em nível de aderência em relação à estrutura convencional. Para pistas molhadas, a tecnologia que a empresa chama de Functional Groove Design (desenho funcional dos sulcos) colabora com mais segurança.

Outra tecnologia presente no pneu para as pequenas esportivas é a EPT (Enhanced Patch Technology), que proporciona a otimização da área de contato com o solo, permitindo maior aderência e segurança na estrada, além de um aumento de rendimento quilométrico de até 20% comparado ao produto de tecnologia convencional.

Claro que isso tem um preço. De acordo com Natalini, o novo pneu deverá custar cerca de 10% a mais do que o equivalente convencional à venda atualmente, o Pirelli Sport Demon, equipamento original da Honda CB 300R e Yamaha Fazer 250.

A construção radial suporta velocidades mais altas e frenagens mais buscas

Na pista
Tivemos a oportunidade de rodar na pista do autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP), com motocicletas calçadas com os novos pneus Diablo Rosso II. Como já tinha experimentado a Honda CBR 250R com os pneus originais (da japonesa IRC) em um kartódromo, optei por primeiro rodar com a mini-esportiva de 250cc, pois teria parâmetros para comparação.

Logo de cara, se nota que, com o pneu radial, a moto fica mais ágil e passa a sensação de ficar mais leve para deitar nas curvas. Tanto que na primeira volta cheguei até a forçar demais na moto e "fechar" as curvas. Ou seja, com o pneu radial é mais fácil contornar curvas e fazer mudanças de direção. Além da estrutura, melhora a agilidade também a diferente curvatura do pneu possibilitada pela sua construção radial. "Era exatamente isso que tínhamos como objetivo no desenvolvimento do Diablo Rosso II: deixar as motos mais ágeis e seguras", confidenciou-me um dos engenheiros na Pirelli após a experimentação.

Chamou a atenção também, enquanto pilotava a Kawasaki Ninja 300, o fato de que as pedaleiras da pequena esportiva pegavam no chão sem que eu sentisse qualquer instabilidade do conjunto.

Pneu traseiro do Diablo Rosso II para motos street de 250cc e 300cc

Radial x convencional

Há dois tipos de construção de pneus: radial e convencional (ou diagonal). A nomenclatura designa uma diferença estrutural entre esses pneus. Mas isso não significa que um seja melhor ou pior que o outro. Simplesmente, eles têm uma aplicação, um uso diferente.

Nos pneus convencionais, os cordonéis das lonas (os tecidos) que, juntamente com a carcaça, compõem a estrutura do pneu, formam ângulos com a linha central da banda de rodagem. Daí alguns chamarem os pneus convencionais de diagonais.

O Pneu dianteiro do modelo Diablo Rosso II da Pirelli

Já nos radiais, além da estrutura têxtil, uma cintura de aço é disposta paralelamente à linha central da banda de rodagem; os fios metálicos formam um ângulo de 0° com a linha central.

Essa diferença estrutural determina para qual utilização o pneu é mais adequado. Os radiais são indicados para motos maiores que atingem altas velocidades, enquanto os convencionais têm uma variedade muito maior de aplicação. Podem ser usados em motos de baixa cilindrada, motocicletas off-road ou até mesmo em motos big-trail, como a Yamaha XT 660R.

A construção radial oferece resistência e desempenho em alta velocidade e frenagens muito bruscas, em situações extremas em que um pneu convencional se tornaria um risco. (por Arthur Caldeira)

Medidas disponíveis
100/80 R 17 M/C 52H TL (R) DIABLO ROSSO II Dianteiro
110/70 R 17 M/C 54H TL (R) DIABLO ROSSO II Dianteiro
130/70 R 17 M/C 62H TL (R) DIABLO ROSSO II Traseiro
140/60 R 17 M/C 63H TL (R) DIABLO ROSSO II Traseiro
140/70 R 17 M/C 66H TL (R) DIABLO ROSSO II Traseiro
150/60 R 17 M/C 66H TL (R) DIABLO ROSSO II Traseiro

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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