Japão em duas rodas
Oficina de customização em Ueno, bairro da capital japonesa
Passei 15 dias no Japão. Durante a primeira semana, estava a convite da Honda Brasil para o Meeting (encontro) mundial de imprensa no circuito de Motegi e também para cobrir o Salão de Tóquio. Remarquei minha passagem e fiquei mais sete dias no arquipélago que, isolado do ocidente pelo mar durante séculos, viu surgir uma cultura original.
Motoclube passeia pelas ruas do bairro de Roppongi em Tóquio
Porém hoje, o Japão é símbolo de modernidade, mas sem abrir mão de seus costumes milenares. Além disso, para nós brasileiros e motociclistas, é de lá que vêm as principais marcas de motos. Honda, Yamaha, Suzuki, Kawasaki. Nomes japoneses que popularizaram as motos ao redor do mundo desde a década de 70. O Japão gosta e respeita as motos.
A variedade de scooters é grande no Japão. Na foto um Honda Zoemos
Na capital, Tóquio, onde fiquei por quatro dias, há muitos scooters, por exemplo. São vistos como uma forma rápida e barata de se locomover – e olha que o trânsito de Tóquio não chega nem perto do trânsito paulistano. Acompanhado pela equipe da revista japonesa Motorcyclist, editada pelo meu colega Nori Yoshida, fui conhecer alguns points da cena motociclística de Tóquio. A revista, aliás, é prova do amor dos japoneses pelas motos. Mensalmente são vendidos 200 mil exemplares da Motorcyclist – pergunto a Nori se eles são a revista mais vendida no segmento, me surpreendo com a resposta de que em alguns meses outras revistas vendem ainda mais que isso. Em uma livraria há revistas especializadas em cada marca e, às vezes, em até mesmo um único modelo.
Nori (à esq.) e Kunito com a edição de janeiro da revista "Motorcyclist" japonesa
Bem, voltando ao cenário motociclístico em Tóquio, o centro da cultura em duas rodas é o bairro de Ueno, que se parece muito com a boca das motos aqui em São Paulo, mas sem as lojas de peças "usadas". O repórter Kunito, o fotógrafo Tami e Aya, a garota motociclista da redação, me explicam que Ueno foi mais movimentado na década de 70. Mesmo assim, atualmente, há diversas lojas e oficinas de customização. Muitos nem permitem que se fotografe suas criações. Há oficinas especializadas em Harley, modelos clássicos, esportivas e as stripped bikes japonesas, meu estilo favorito aliás. Bastante semelhante às motos scramblers, os modelos populares no Japão têm banco fino, escapamento curto, guidão largo e praticamente nenhuma roupagem. Além disso, usam pneus "biscoito" e se caracterizam pela simplicidade.
A nossa Ninjinha de 250cc e uma bela Honda CB 400SF nas ruas de Ueno
Scooter todo enfeitado em Ueno, Tóquio
Um belo exemplar das stripped bikes, populares no Japão, estacionado em Shibuya
Há ainda lojas de peças, equipamentos e motos usadas. Para evitar polêmica, nem vou revelar aqui o preço das motos e dos capacetes Arai e Shoei no Japão. Falando nisso, o pessoal ainda me levou para um supermercado para motociclistas em Yokohama, cidade na região metropolitana de Tóquio. Incrível! Há corredores e mais corredores de tudo que se possa imaginar para motos e motociclistas. Só de jaquetas eram cinco corredores com diversas marcas e tipos. Sem falar nas promoções de acessórios com preços muito mais em conta do que no Brasil. Podia passar toda a tarde ali e ainda gastar todo o dinheiro da viagem. Mas ainda tinha outros destinos a conhecer, a cidade de Kyoto, Nara, primeira capital do Japão, e o Monte Fuji, destino bastante comum dos motociclistas de Tóquio aos finais de semana. Mas isso fica pro próximo post. (Texto e fotos: Arthur Caldeira)
Aya e Tami nos corredores da Rico, em Yokohama
No supermercado para motos e motociclistas, cinco corredores só de jaquetas
Vista da cidade de Yokohama, à noite
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