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Avaliação: como anda a Panigale 959, esportiva mais barata da Ducati

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01/09/2018 08h00

Modelo tem 155 cv de potência e tecnologia embarcada por R$ 69.900

Quem pensa em entrar para o mundo das superesportivas da Ducati, mas fica intimidado pelos mais de 200 cv da Panigale 1299, tem na versão 959 uma boa opção. O modelo tem menos potência, é mais fácil de guiar e tem um reço inferior: R$ 69.900. E, o melhor, com o mesmo design elegante e todo o pacote eletrônico que ajuda meros mortais a pilotar rápido e com segurança em uma pista (assista ao vídeo abaixo).

Olhando de frente, é até difícil diferenciar os dois modelos. Mas basta vê-la de perfil para perceber que se trata da 959 Panigale. Afinal, as normas de emissão de poluentes na Europa e no Brasil obrigaram a fábrica italiana a adotar uma dupla ponteira de escapamento na lateral direita. A peça compromete as linhas esguias do modelo, mas não atrapalha a diversão.

PistaExceto pela ponteira dupla, 959 se assemelha a 1299 Panigale

Criada como porta de entrada para a família de superesportivas, a 959 Panigale destina-se a quem procura uma moto para rodar na estrada ou se divertir em uma pista. A convite da Ducati, participamos de um curso de pilotagem no autódromo Velocittá, em Mogi Guaçu (SP), com a "Panigalinha", apelido dado ao modelo pelos italianos.

Além do visual, a 959 herdou o sofisticado pacote de ajudas eletrônicas da 1299, que inclui três modos de pilotagem, controle de tração ajustável, freios ABS, etc… O modelo traz até o quick-shift de série, mas apenas para subir as marchas, e não para reduzir como na esportiva maior.Menos potente, 959 Panigale não "assusta" como suia irmã maior

Mas, na hora de subir na moto e acelerar, as diferenças aparecem. A Panigalinha pesa 176 kg a seco, 10 kg a mais do que a 1299. Ao girar a chave, o painel digital tem o mesmo layout, mas sua tela não é colorida.

O motor acorda com um ronco bastante semelhante, mas ao girar o acelerador a resposta parece ser mais suave. Não há aquela "patada" da 1299, mas o desempenho é forte e com uma personalidade de um V2. Força em baixos giros e 155 cv a 10.000 rpm – o bastante para ultrapassar os 200 km/h ao final da reta do Velocittà. Os giros sobem de forma progressiva e rápida e a entrega de torque e potência não assustam.Desempenho não decepciona: 959 chegou aos 230 km/h no final da reta 

Em uma pista, a 959 não tem a força em média e o fôlego em altos giros como a 1299 Panigale, mas compensa sendo mais fácil de pilotar. Ela conta com a adição de uma embreagem deslizante e um câmbio que permite trocas rápidas.

Ágil e estávelCiclística equilibrada e controles eletrônicos dão confiança para deitar nas curvas

A pilotagem combina estabilidade com impressionante agilidade. Com 200 kg em ordem de marcha, a 959 é leve e tem o layout do chassi Panigale, uma estrutura de alumínio monocoque. A suspensão dianteira tem garfos invertidos Big Piston da Showa, totalmente ajustável. Na traseira, o monoamortecedor Sachs, também oferece ajustes. Mas, ambos manuais e não semi-ativos, como no modelo top de linha.

Não é preciso fazer muito esforço para ir de uma curva a outra, as pedaleiras usinadas dão boa aderência para pilotar esportivamente. A equilibrada ciclística permite frear mais dentro da curva e acelerar mais cedo, contando claro com a ajuda da eletrônica para manter a roda traseira no chão.Freios contam com ABS, que se ajusta conforme o modo de pilotagem

Por falar em freios, eles funcionam bem, mas não têm aquela "mordida" arisca da 1299 que, às vezes, você quer em uma pista. Devem ir bem, entretanto na estrada. Mas se você pretende rodar só na pista, vai precisar fazer um upgrade.

ConclusãoEsportiva "super média" foi feita também para quem quer rodar em estradas

Mas como a proposta da 959 Panigale é também ser uma moto de rua, as suas características amigáveis fazem dela uma boa opção para quem quer entrar para o mundo das esportivas italianas.

Com uma personalidade própria, os motores "L2" da Ducati, um V a 90°, não agradam a todos. Por outro lado, o design elegante e os itens de série top de linha, como o quick-shift, as suspensões e a eletrônica, são características das motos de Borgo Panigale.959 Panigale tem potência e ciclística suficientes para andar na pista

Seu preço sugerido é elevado para uma "super" média, como a marca gosta de se referir à 959, mas inferior aos R$ 84.900 da 1299. Mas se comparado a algumas motos de 1.000 cc, o valor de R$ 69.900, praticado pelas concessionárias, é o mesmo preço sugerido da versão ABS da Honda CBR 1000 RR Fireblade, por exemplo. (texto Arthur Caldeira / fotos Mario Villaescusa)

Ducati 959 Panigale
Motor Bicilíndrico em "L", arrefecimento líquido, 8 válvulas, sistema desmodrômico de válvulas
Capacidade cúbica 955 cm³
Potência máxima (declarada) 155 cv a 10.500 rpm
Torque máximo (declarado) 10,4 kgf.m a 9.000 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Monocoque em alumínio
Suspensão dianteira Garfos invertidos Showa BPF com 43 mm de diâmetro e 130 mm de curso totalmente ajustáveis
Suspensão traseira Monoamortecedor Sachs com 130 mm de curso, totalmente ajustável
Freio dianteiro Disco duplo de 320 mm de diâmetro com pinças monobloco radiais Brembo M 4.32 de quatro pistões (ABS)
Freio traseiro Disco simples de 245 mm de diâmetro com pinça de dois pistões (ABS)
Pneus 120/70-ZR17 (diant.)/ 180/60-17 (tras.)
Comprimento 2.056 mm
Largura 810 mm
Altura 1.115 mm
Distância entre-eixos 1.431 mm
Distância do solo Não Disponível
Altura do assento 830 mm
Peso em ordem de marcha 200 kg
Peso a seco 176 kg
Tanque de combustível 17 litros
Cores Branca e Vermelha
Preço praticado R$ 69.900

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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