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Quem gasta R$ 100 mil para ter um triciclo?

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08/08/2017 23h08

O Can-Am Spyder é uma opção para quem gosta de viajar com vento no rosto

A paixão pela sensação de liberdade levou cerca de 3.000 brasileiros a investir cerca de R$ 100 mil para comprar um Can-Am Spyder. Trata-se de um triciclo com duas rodas na dianteira que oferece o melhor entre a moto e o carro. Com ele é possível viajar curtindo o vento no rosto e ter o mesmo equilíbrio dinâmico de um carro. Ou seja, não é preciso se preocupar em manter o veículo em pé ou parar, por exemplo.O triciclo de luxo do casal Luiz e Cristina oferece segurança e conforto

Para alguns desses compradores do Can-Am, o veículo também ajuda a super obstáculos impostos pela vida. É o caso de Luiz Dallari que, por conta de um câncer, teve sua perna direita amputada. Apesar de certa limitação ele continuou gostando de viajar e curtir o vento no rosto. "No Natal de 2011 ganhei um capacete da minha esposa. Esse foi o aval para eu comprar um Spyder", conta o dentista de 54 anos, morador de Serra Negra (SP). "A limitação está na cabeça das pessoas. Por isso vivo procurando soluções", conta Luiz, um praticante de corridas de rua, dizendo que a única adaptação que seu Spyder RSS recebeu foi o manete de freio no punho direito.

Mulheres no comando
Marilene já rodou 210 mil quilômetros pelo Brasil e América do Sul

Outro exemplo de superação é Marilene Caixeta, de 61 anos. "Tive paralisia infantil e só voltei a andar aos 15 anos. Meu sonho sempre foi ter uma moto. E o lançamento mundial do Spyder em 2007 acendeu a vontade de rodar com liberdade, fazer amigos e conhecer novos lugares", contou emocionada. Hoje Marilene  pilota a versão RT, versão voltada para o turismo, sempre na companhia do "Caixetinha", seu boneco de estimação. Juntos já percorreram mais de 200 mil quilômetros a bordo do Spyder. É seu quinto triciclo da marca canadense ao longo de quase uma década. "Cruzei cinco vezes pela Serra do Rio do Rastro (SC), conheci Salvador (BA), visitei Argentina, Uruguai e Paraguai. Sou feliz demais da conta", conta emocionada a mineira de Sete Lagoas.Com a "cabritinha", Graça deu adeus à depressão e viaja pelo interior de São Paulo

"Eu não piloto nem bicicleta", afirma, bem-humorada, Graça Araújo. Viúva, a paraense pulou da garupa da moto diretamente para o comando do Spyder. Começou com o modelo STS e atualmente roda pelo interior de São Paulo conduzindo o modelo RT, já que agora mora em Campinas. "Este veículo me libertou da depressão. Virei criança de novo. Muito melhor que remédio", festeja Graça, falando de sua "cabritinha", que lhe trouxe muita força e equilíbrio para o dia a dia. O F3-S Daytona 500 conta com motor 1.330 cc e controles de tração e estabilidade

Mesmo sendo bem diferente das motos, o Spyder não é difícil de pilotar. A maior dificuldade para um motociclista é contornar curvas. Não dá para fazer pêndulo, jogar o corpo para fora. Mas para quem já superou tantas dificuldades, se acostumar com isso foi bastante simples. (Por Aldo Tizzani)

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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