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Trilheiras comemoram Dia Internacional da Mulher ao guidão

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08/03/2016 14h56

mulheres1Enduro FIM Xperience Mulher teve 80 inscritas neste ano, recorde no evento

Pelo segundo ano consecutivo, dezenas de mulheres trilheiras comemoraram o Dia Internacional da Mulher fazendo o que mais gostam: ao guidão de uma moto enfrentando poeira, buracos e lama na segunda edição do Enduro FIM Xperience Mulheres. Realizado no último domingo, 6 de março, em Itupeva, interior de São Paulo, a prova exclusiva para elas bateu recorde de inscritos neste ano. Foram mais de 80 pilotos mulheres, um crescimento de 80% em relação a 2015. Realizada no entorno do Shopping SerrAzul, a prova também foi válida pela primeira etapa da categoria Feminina do Campeonato Brasileiro de Enduro FIM e da Copa EFX Brasil. Com atletas de diversas regiões do país, o evento ainda inovou com a realização de um intercâmbio com seis pilotos de Portugal que viajaram da Europa para o Brasil especialmente para o evento.

janaina2Janaína Souza venceu a prova na geral com o tempo de 45 min 10 seg

A vencedora na classificação geral foi a paulista Janaína Souza, que não se intimidou com os trechos lisos e escorregadios do percurso. Janaína foi a mais rápida entre todas competidoras, faturando a classe EM1 e também a Geral com o tempo total de 45min10s91. "Diferente do ano passado, o tempo ajudou bastante hoje. As especiais estavam boas, bem técnicas. As meninas também conseguiram desenvolver bastante. Ninguém se atrapalhou muito e consegui ter um bom rendimento. É ótimo começar o ano assim vencendo. É mais uma vitória para conquistar o título até o final do ano", comemorou Janaína.

Havia competidoras de todo o Brasil, como a capixaba Franciela Sabino, vencedora da categoria EM3. "Viajei cerca de 800km para a minha primeira prova profissional. Foi uma experiência maravilhosa", afirmou supresa com sua vitória logo na estreia nas pistas.

janainaA paulista Janaína desfilou suas habilidades ao guidão 

Mostrando que não há limites para quem tem força de vontade, Karla Damasceno, primeira colocada entre as veteranas da Over 50, descreveu a alegria de superar os desafios. "Estou aqui para ganhar de mim mesma. De um ano para outro, melhorei muito meu tempo. Coisa que eu não fazia antes, esse ano eu já fiz. Desci a ponte sozinha, me virei e só cai duas vezes. Ano passado, perdi a conta dos tombos! Então a evolução é minha. Não interessa competir com as outras meninas, sei que a cada ano estou me superando", disse.

karlaA experiente Karla Souza se superou e venceu na categoria Over 50

Karla elogiou a iniciativa da prova exclusiva para mulheres. "Para quem ainda não consegue participar em uma categoria Pró, é complicado competir com homens na pista. Então em uma prova feminina, sei que só vou encontrar mulheres e elas vão respeitar. Tanto que não houve nenhum acidente. A tendência é só crescer. E isso é importante, porque tem muitas mulheres que andam na terra, mas ainda não têm confiança de competir enduro", explicou.

A presença das portuguesas da equipe Ninfas do Off-road enriqueceu o evento com a troca de experiências proporcionado pelo intercâmbio internacional. A ideia da criadora do grupo, Mônica Perpétua, é juntar e fortalecer a presença feminina no esporte. "Faço enduro há um ano e criei as Ninfas do Off-road nesta mesma época. Quando comecei, vi que não havia muitas mulheres e as que andavam eram sozinhas com os amigos. Era uma aqui, outra ali, cada uma no seu canto. Então resolvi criar a página do Facebook e isso começou a chamar as meninas para o grupo. Hoje em dia já temos em torno de 100 mulheres", contou Mônica.

climeniaA portuguesa Climénia Mestre, que veio ao Brasil especialmente para a prova, ficou com a quarta colocação na categoria principal

Para Mônica, a principal diferença de andar no Brasil foi o solo. "Muito diferente. Lá em Portugal, onde ando e onde algumas meninas andam, é muita pedra e aqui é muita lama, bastante escorregadio. Completamente diferente", explicou. A experiência de vir ao país agradou as portuguesas. "Estamos adorando, achamos fantástico e pretendemos voltar no ano que vem".

Para Fábio Simões, diretor do Adrenatrilha Trail Club, que organiza a prova, não falta disposição para ampliar ainda mais o estímulo à presença feminina no esporte. "Vamos continuar incentivando as mulheres e tenho certeza que no próximo ano vamos ultrapassar 100 inscrições. Se depender da Adrenatrilha, daqui um tempo as mulheres terão um campeonato só para elas", revelou. (Texto Arthur Caldeira/ Fotos Maurício Arruda/Publix)

 

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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