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30 dias: Iron 883, ágil para uma Harley

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21/05/2014 12h36

Iron883_curvaPedaleiras da Iron são altas e não raspam tanto no chão como em outras motos da marca

Há cerca de três anos não pilotava a Harley-Davidson Iron 883. Logo que montei na moto o que chamou atenção foram as formas esguias do modelo. Claro, é a menor e mais leve entre as Harley – pesa 255 kg em ordem de marcha e tem 2,25 metros de comprimento. Veja bem, não é uma moto leve, mas é leve para uma Harley.

Compartilha o mesmo chassi estreito de outras Sportster – herdado das motos de dirt-track – e por isso demonstra certa agilidade. Em função da distância entre-eixos mais curta que em modelos da linha Dyna ou Softail, a Iron é ágil para uma Harley. As pedaleiras são altas, o que evita que raspem no chão nas curvas. Mas o raio de esterço é reduzido e fazer um círculo com a Iron exige espaço e habilidade. Isso também prejudica a mudança de direção em baixa velocidade – mudar de uma faixa de rolamento para outra no trânsito travado pode exigir uma manobra, por exemplo. Porém, rodar no corredor com a Iron 883 é uma tarefa mais fácil do que em outras H-Ds.

O banco a apenas 73,5 cm do solo e o guidão drag-bar fazem com que o piloto fique na posição "sentado" na moto com os braços um pouco esticados. As pedaleiras, altas e recuadas, contribuem para isso. O espaço é bom para pilotos baixos e também acomoda bem os mais altos. De início é estranho não encostar as pernas no tanque da moto, diferente de outras Harley e de outras motos também. Apenas o joelho direito toca a tampa do filtro de ar. Depois das duas primeiras semanas (dos 30 dias) com a Iron 883, já me acostumei.

Iron gosta de asfalto bom

Iron883_paradaIron 883 tem chassi esguio: pesa 225 kg pronta pra rodar e tem 2,255 metros de comprimento

A posição de pilotagem é confortável para viagens curtas, embora para minha estatura (1,71 m), o ideal seria recuar o guidão em alguns milímetros, pois tenho que me curvar um pouco. Na estrada, a falta de proteção aerodinâmica também torna difícil rodar acima de 120 km/h. O banco único, embora estiloso, não é dos mais macios e o piloto "sentado" também sente bastante o impacto das imperfeições do asfalto em uma cidade esburacada como São Paulo. Os dois amortecedores transferem o impacto diretamente à coluna do piloto.

O motor nem vibra tanto, mas acelerar demais em uma via cheia de remendos é desconfortável e pode até causar prejuízo. Logo na primeira semana, uma das braçadeiras do escapamento rompeu-se. De acordo com a Harley, a peça não está na garantia, pois se romperia somente no caso de uma pancada. Mas, de acordo, com o funcionário da concessionária que nos atendeu excesso de aperto ou defeito da peça também poderia gerar esse problema. A solução foi simples, mas o trabalho demorado já que era preciso esperar o cano do escapamento esfriar. O custo da peça com mão-de-obra foi de R$ 83,78.

Em uma estrada boa o conjunto transmite confiança ao piloto e a Iron tem bom desempenho em curvas – apenas nas mais inclinadas as pedaleiras pegavam no chão – segundo a marca, o limite de inclinação é de 29° para a direita e 30° para a esquerda. É possível se divertir com a Iron em um estrada sinuosa, desde que seja sozinho. Mas isso já é assunto pro próximo post. É isso. (por Arthur Caldeira)

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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