Yamaha Eau Rouge tem estilo e potência para horas na pista
A Eau Rouge é criação dos australianos da Deus Ex Machina
Já virou tradição para a Yamaha entregar seus modelos sob os cuidados de customizadores competentes e com carta branca para fazer o que a imaginação permitir. Desta vez, a Deus Ex Machina, empresa australiana conhecida mundialmente por suas motos artesanais, foi a escolhida para reinterpretar outro clássico: a XJR 1300. E, foi assim que a musculosa naked da marca dos três diapasões transformou-se na requintada Eau Rouge (água vermelha, em francês).
Embora o visual lembre uma café racer, a inspiração da Eau Rouge está longe das corridas ilegais de antigamente. O motor e quadro expostos, em conjunto com a pequena carenagem frontal com parabrisa curvado e o gigantesco farol redondo deslocado à direita são uma homenagem aos modelos de endurance (longa duração) das décadas de 1970 e 1980. Como é o caso da Suzuki Yoshimura GS 1000R, que venceu as Oito Horas de Suzuka, no Japão, em 1980.
A moto foi criada utilizando uma Yamaha XJR 1300 como base
Desta forma, o modelo da Deus Ex mescla formas arredondadas nas extremidades – como o farol e a lanterna traseira – com o tanque e a rabeta desenhados de forma retangular. O conceito de escape único do lado direito, para onde convergem os quatro canos que saem do motor, foi mantido, mas a peça original foi substituída por outra, mais curta, em titânio feito pela SC Project. As marcas de solda aparentes reiteram o visual de um modelo feito à mão.
Na pintura, a Eau Rouge não conta com nenhuma extravagância. A solidez do branco se mescla ao amarelo das rodas Marvic em magnésio com aro 18''. Já a tradição da Yamaha nas pistas de corrida foi honrada com a tradicional faixa preta com blocos pintada na ponta da carenagem do farol, próximo ao tanque.
O visual da Eau Rouge foi inspirado nas motos que competiam em provas de endurance nas décadas de 1980 e 1990
Pronta para a pista
A única parte intocada pela Deus Ex Machina no projeto da Eau Rouge foi o motor. E isso não é necessariamente ruim, afinal estamos falando de um tetracilindrico de 1.251 cm³ capaz de gerar até 98 cv a 8.000 rpm, enquanto o torque fica na casa dos 11 kgf.m a 6.000 giros. Já nos freios, os discos duplos dianteiros originais deram lugar a peças de 320 mm de diâmetro feitas em ferro fundido e mordidas por pinças Discacciati com seis pistões. Na roda traseira, o disco ventilado de 267 mm foi mantido.
As peças nobres com foco no alto desempenho são outra característica do projeto. Isso fica evidente no conjunto de suspensões da Öhlins, que equipa a dianteira com um garfo tradicional e a traseira com sistema bichoque de ajuste a gás. O cuidado ao escolher a suspensão e os freios é uma forma da Deus Ex mostrar que a moto é capaz de fazer o que se propõe: oferecer desempenho e estabilidade caso seja posta à prova na pista.
A faixa com blocos, característica dos modelos de competição da Yamaha, também está na Eau Rouge
Outro ponto alusivo às motos de competição do passado é o pequeno mostrador da Motogadget, que combina em uma só peça o conta-giros e um diminuto display digital, que substitui o grande conjunto duplo que sai de fábrica na XJR 1300. Mais do que uma naked urbana transformada em moto pronta para competição, a Eau Rouge é, segundo a própria Yamaha, uma homenagem a homens e máquinas que provaram ser feitos em aço ao se forçarem ao limite em corridas que chegavam a durar até 24 horas. (por Carlos Bazela)
Peças nobres da Öhlins dão alma esportiva ao projeto, cujo motor tetracilíndrico de 1.251 cm³ foi mantido original
O painel de instrumentos se resume ao conta-giros com display digital incorporado
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