Copa do Mundo pode prejudicar segmento de duas rodas
Para fabricantes, consumidor tende a consumir outros produtos, como TV, e pode postergar decisão de compra de uma moto nova
Hoje, 6 de dezembro, a Fifa realiza o sorteio dos grupos da Copa do Mundo. Entretanto, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) a realização do torneio no País pode ser nociva para as vendas do segmento de duas rodas. "Com a Copa, os brasileiros tendem a consumir outros produtos, como televisores, e isso pode postergar a decisão de compra de uma motocicleta", concluiu Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
Segundo a entidade, o ano que vem não deve apresentar crescimento por conta das incertezas quanto ao rumo da economia e um maior número de feriados deve ter impacto direto no segmento das duas rodas. "Nossa perspectiva é de um 2014 estável, sem mudanças no cenário em relação a 2013, que prosseguiu com a seletividade de crédito e retração da atividade econômica", disse Fermanian.
Saldo negativo
De acordo com a Abraciclo, o mercado de motocicletas irá fechar o ano de 2013 com saldo negativo. Os licenciamentos de motos de janeiro a novembro deste ano totalizam 1.374.988 unidades, um total de 8,3% a menos que o mesmo período de 2012, onde foram emplacadas 1.499.397 motocicletas. Com um menor número de emplacamentos, a produção também foi afetada e recuou 2,2% em relação ao ano passado. Em 2013, de janeiro a fevereiro, foram montadas 1.588.230 motocicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM), sendo que em 2012 foram produzidas 1.623.961 unidades.
As vendas no atacado também sofreram retração, chegando a 1.478.844 unidades comercializadas contra 1.522.134 no acumulado de 2012, uma queda de 2,8%. O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, ressaltou que o mercado "sofreu com a retração na economia. Porém, a única região do País que teve um aumento no consumo foi a Norte", explicou o presidente da associação.
A falta de crédito, principalmente para consumidores de modelos de baixa cilindrada, é o principal revés do mercado
O mercado, entretanto, vive um momento antagônico. Enquanto os consumidores de modelos de baixa capacidade cúbica suam a camisa para obter crédito, as marcas que comercializam motos de alta cilindrada, consideradas premium, devem bater recordes de vendas. Harley-Davidson e BMW, por exemplo, já anunciaram números superiores a 2012 para fechar o ano, com 8.000 e 7.700 unidades comercializadas, respectivamente.
Atualmente o Brasil é o quinto maior produtor de motocicletas do mundo, com uma frota nacional de mais de 20 milhões de motos e uma produção anual em cerca de 1,7 milhão de unidades.
Top 5 – Marcas mais vendidas entre janeiro e novembro de 2013
1) Honda – 1.109.669 unidades – 80,7% de share
2) Yamaha – 149.149 unidades – 10,85% de share
3) Suzuki – 25.401 unidades – 1,85% de share
4) Dafra – 23.519 unidades – 1,71% de share
5) Shineray – 9.936 unidades – 0,72% de share
(por Carlos Bazela e Roberto Brandão Filho)
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