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Harley celebra 110 anos com 4.000 motos em SP

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03/06/2013 16h57

O evento reuniu harlistas com diversas idades e modelos

Em 2013, os 110 anos da Harley-Davidson estão sendo comemorados em várias partes do mundo – Austrália, África do Sul, China, Índia, Itália, México até chegar a Milwaukee, cidade-sede da Harley nos Estados Unidos e que vai ser palco da maior festa de todas, em agosto de 2013. E nós da INFOMOTO estaremos lá. Enquanto isso, a festa brasileira que aconteceu no sábado passado, 1º de junho, reuniu quatro mil motos e mais de sete mil pessoas na Arena Anhembi, em São Paulo, segundo a marca.

Num clima de muita descontração, este ícone sobre suas rodas conseguiu atrair harlistas de todas as regiões do País para uma grande festa regada ao bom e velho rock 'n' roll. O sambódromo paulistano, palco dos desfiles da escolas de samba, se rendeu ao som grave que se propagava dos escapes das motos HD. Aliás, a passarela do samba foi invadida por todos os tipos de motos HD, da 883R até os modelos personalizados de fábrica da linha CVO, passando por motos customizadas. Quando os tradicionais motores V2 entraram ação, as arquibancadas do sambódromo tremeram e a saída para o passeio pela capital paulista foi uma espécie de apoteose para todos os participantes.

O desfile de moto passou pela Marginal Tietê, cruzando as pontes do Limão e da Casa Verde

Capitaneados por Bill Davidson, bisneto de um dos fundadores da marca, o desfile de motos circulou pela Marginal Tietê, cruzou as pontes do Limão e Casa Verde, até retornar à Arena Anhembi. Bonito mesmo foi ver aquele mar de motos ocupando várias faixas da via e também todos os espaços da passarela do samba de São Paulo. Havia, além da exposição de motos; túnel do tempo com os principais fatos que marcaram a história da Harley-Davidson, os participantes podiam tirar fotos, fazer simulação de financiamentos e comprar a camiseta da festa.

Este estilo de festa deixa todos em uma mesma condição: aficionados por um ícone chamado Harley-Davidson. Ali, médicos, advogados, empresários, engenheiros são todos iguais, já que tiraram seus ternos, gravatas e jalecos para assumirem o papel de harlista. Era interessante ver os motociclistas mais experientes "trocando figurinhas" com os mais novos. Comendo lanches na mão sem frescura, bebendo em copos de plástico e curtido muito rock 'n' roll. Muitos, com mais de 60 anos, pareciam que estavam em um grande quermesse, trocando experiências e revendo velhos amigos.

Na passarela do samba, quem pediu passagem foi o Rock 'n' Roll 

As principais atrações ficaram por conta das bandas Mr. Kurk, Balance Van Halen Cover e Capital Inicial, liderada pelo vocalista Dinho Ouro Preto. Entre os hits tocados na ocasião, estavam "Born To Be Wild" (Steppenwolf), "Burn" (Deep Purple) e "Highway To Hell" (AC/DC), além de versões de composições de AC/DC e Motörhead. Muita gente torceu o nariz quando a banda Capital Inicial foi confirmado como atração principal da festa brasileira dos 110 anos da Harley. Com o fim dos espetáculo, muita gente mudou de opinião. Dinho Ouro Preto mudou o repertório, tocou punk rock do Aborto Elétrico, primeira banda de Renato Russo, e até "Whole Lotta Love" do Led Zeppelin. Para a alegria da galera, Dinho cantou também "Should I Stay or Should I Go" do The Clash. No repertório, também figuraram outros hits do próprio Capital Inicial, como "Música Urbana". Como disse Dinho, "não há melhor combinação do mundo que moto e rock 'n' roll".

Para encerrar, Bill Davidson fez um reconhecimento especial aos clientes brasileiros, por meio da homenagem ao Capitão Senra, um dos clientes mais antigos da marca. Com 82 anos, 65 dos quais pilotando Harley, Senra é considerado um ícone entre os fãs da marca no Brasil, por cultivar a paixão que recebeu de seu pai como herança e transmitir o estilo de vida para toda a família. Entre os momentos inesquecíveis que vem colecionando, Senra destaca o encontro com Willie G., em 2011, na cidade de São Paulo; e a escolta do presidente Juscelino Kubitschek, na década de 1950, e da Rainha Elizabeth, nos anos 1960.

Capitão Senra: 82 anos de vida, 65 de Harley-Davidson

Perguntei ao Capitão Senra o que a motocicleta fez de tão especial em sua vida. Com toda calma e sabedoria mineira, ele me olhou nos olhos e disse: "a moto sempre foi para minha ferramenta de anti-estresse. Meu corpo tem 82 anos, porém meu espírito é bem mais jovem. Tenho 30 anos", explica Senra que ficou muito emocionado com a homenagem. "Com sua história de paixão e dedicação à marca por tantos anos, o Capitão Senra se tornou uma referência sobre o estilo de vida de aventura e companheirismo da Harley-Davidson. É uma história de admiração e fidelidade que honra a nossa companhia", completa Julio Vitti, gerente de Marketing, Produtos e Relações Públicas da Harley-Davidson do Brasil.

Parabéns a Harley-Davidson Brasil por criar uma perfeita atmosfera para que todos os participantes perpetuassem o verdadeiro estilo de vida Harley-Davidson, com os amigos de estrada e seus familiares, aliás, havia muitas famílias no evento, um indício que as novas gerações de harlistas estão se formando. (Por Aldo Tizzani)

Customizadas e originais, o evento reuniu Harleys para todos os gostos

Stunt riders mostraram habilidade fazendo manobras com os modelos H-D

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

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